O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1350

I SÉRIE - NÚMERO 37

vidade com problemas, a necessitar da melhor das atenções de todos nós, cujo rendimento se pode ver questionado e a sofrer uma enorme, feroz mesmo, concorrência e competição dos nossos parceiros europeus e não só.
Por isto, Srs. Deputados, sendo esta a linha de pensamento que vos deixo, poupem-nos, por favor, a uma eventual posterior interpelação em que comecem por dizer que eu, enquanto Deputado da maioria e por isso mesmo, aqui «pintei» um quadro cor-de-rosa, aqui deixei um quadro ilusório, apenas para esconder dificuldades.

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Cor-de-rosa não é consigo, Sr. Deputado!

0 Orador: - Não, Srs. Deputados! Eu disse, e repito, que o sector da agricultura portuguesa atravessa uma fase difícil e para o mesmo pedi a melhor atenção de todos, inclusive a vossa.
Neste aspecto, julgo, então, que estamos entendidos.
Segundo: a partir deste pressuposto, no qual penso estarmos de acordo, é que começam as nossas divergências, que, com gosto, vou rebater.
De facto, Srs. Deputados, enquanto que nós, Deputados da maioria e Governo, partimos desta base difícil para um conjunto de soluções, que, com maior ou menor custo, acabarão por bem viabilizar o sector, os senhores, oposição, fazem a política da terra queimada, acabam por denegrir tudo e todos na vossa actividade - e, portanto, vós próprios também -, prosseguindo numa postura política incrível, crentes que a mesma vos virá a dar fortes resultados eleitorais numa próxima oportunidade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - Logicamente, nesta prática política, que não faço ideia quem vos aconselhou mas que, no médio prazo, vos vereis obrigados a rever, os senhores elegem um único culpado para as ditas dificuldades: o Governo!
Lamentável erro este, da vossa parte e continuemos a ver porquê.
Terceiro, nos vossos discursos, os senhores são useiros e vezeiros em referir quatro aspectos: que o rendimento baixou, que a produção baixou, que mais produtos agrícolas são importados e que não há política agrícola convenientemente definida.
Quanto a mim, a forma como abordam tudo isto é precisamente a tal política da terra queimada, pelo que os senhores, sem discernimento, içam a bandeira da desgraça e pedem a cabeça de quem governa para que possam - optimismo não vos falta - ocupar cadeiras de tanta responsabilidade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - No entanto, insisto, a vossa postura defin0-a como «desorientada.» e os vossos argumentos despropositados.
Quarto: de facto o rendimento baixou em muitos casos, não haja dúvidas. Mas, Srs. Deputados da oposição, baixou porquê? Será que os senhores desconhecem a política de preços que, de há anos a esta parte, vem sendo praticada na Europa? Será que os senhores pensam que a baixa de rendimento de alguns agricultores é problema exclusivamente nacional?

0 Sr. SiUva Marques (PSD): - Muito bem!

0 Orador: - Se os senhores não pensam assim, como pessoas e Deputados minimamente conhecedores, então, porquê dizerem que o Governo é culpado desta situação?!
Quinto: apesar de tudo, o aumento do rendimento de alguns agricultores não vos interessa? E quanto à subida generalizada de rendimento que se verificou no ano de 1994, os senhores não têm nada a dizer? Tudo é desgraça, tudo é terra queimada? É mentira que Portugal tenha sido mesmo o País cujo rendimento acrcola mais aumentou em 1994?

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - Quinto: os senhores confundem frequentemente produção agrícola com produtividade e, em repentes impensados, dizem que a produção baixou e a culpa é do Governo.
Também neste aspecto importa que vos ajudemos a esclarecer algumas ideias. É evidente - as estatísticas não mentem - que algumas produções (eu disse produções) agrícolas baixaram, fundamentalmente devido à adversidade climatérica de alguns dos últimos anos agrícolas. Porém, felizmente, a produtividade generalizada (eu disse produtividade) subiu, em regra devido - o contrário é que seria de admirar - ao esforço e progresso dos agricultores, às novas tecnologias, ao aumento das áreas de regadio e aos próprios serviços oficiais, os quais, como é evidente, se integraram em toda esta problemática.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - De facto, hoje, mais produtos agrícolas são importados pelo nosso país, pelos próprios agentes portugueses, na generalidade. E então? E daí? Não será esta uma regra do jogo da adesão de Portugal à Comunidade Europeia? Não haverá, da nossa própria parte, enquanto interesse nacional, a intenção de exportar produtos? Não o faremos já, com o agrado de inúmeros agentes económicos portugueses, e não pretendemos reforçar esta perspectiva na Europa e no Mundo?
Os senhores não podem dizer, de forma alguma, que o Governo português não tem uma política agrícola definida; os senhores não podem dizer que as prioridades não estão definidas, não podem ignorar todos os documentos escritos e aprovados nesta Câmara e, por muito que com eles não concordem, deverão, ao menos, fazer-lhes referência.
Aliás, insisto, quer no quadro do Programa do Governo quer no quadro das Grandes Opções do Plano, Portugal e os seus responsáveis seguem caminhos correctos, concebidos depois de farta discussão, na qual, é evidente, as vossas próprias opiniões não deixaram de ser reflectidas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador- - Então, insisto, porquê ignorar estas e outras verdades?

0 Sr. Rui Carp (PSD): - São uns ignorantes!

0 Orador: - Ilustre Presidente, Srs. Deputados: No início, tive oportunidade de me dirigir aos ilustres Deputados da oposição Conceição Seixas - que está ausente -, Luís Capoulas Santos e Lino de Carvalho - hoje também ausente
a quem, mais uma vez, cumprimento com respeito.
Por a vós me ter dirigido, compreendam que pormenorize a contestação que julgo merecerem as vossas recentes intervenções.
Srs. Deputados do CDS-PP, perdoem-me não ter reconhecido a Sr a Deputada Conceição Seixas como membro desta tão grande família agrícola que há muitos anos vem tecendo argumentos por tantos e tão bons agricultores e trabalhadores. Não sei se a senhora tem muita ou pouca expe-