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17 DE MARÇO DE 1995 1787

jovens e depositamos a maior esperança no futuro núcleo de apoio à criação de empresas que se encontra em construção e abrirá em Outubro para que muitos jovens tenham perspectivas e condições para iniciarem a sua vida empresarial.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Comecei esta minha intervenção mencionando o quanto é importante a solidariedade de todos - de todos, Sr. Deputado Lino de Carvalho - em relação à nossa região e ao seu futuro. Termino solicitando a todos que sejam justos na apreciação que fazem do trabalho desenvolvido no Alentejo e respeitem o esforço que vem sendo efectuado, já que ele não tem como objectivo o seu particular e exclusivo desenvolvimento mas também o enriquecimento de Portugal.
Neste apelo quero envolver de forma séria e especial a comunicação social - já cá não está infelizmente - pedindo-lhes que desempenhem o seu trabalho com base em informação isenta, o que nem sempre acontece, e na constatação dos factos. Não posso deixar de chamar aqui, sem acrimónia mas com desgosto, o artigo de 3 de Fevereiro, de O Independente, intitulado pouco alegre, no qual se denigre, de forma extremamente injusta, porque infundada, o Hospital Doutor José Maria Grande, Hospital Distrital de Portalegre, bem como a imagem dos membros do seu conselho de administração, sobre os quais jamais recaiu qualquer suspeita, merecendo, pelo contrário, a estima geral.
O Sr Deputado Lino de Carvalho parece que tem dúvidas relativamente a esta matéria.
Porque este tipo de notícias não abona senão a favor de alguém que eventualmente apenas se preocupa com os seus interesses pessoais, sugeria à autora do referido artigo - e vou mandar-lhe a comunicação - que aceitasse o convite formulado pelo Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Portalegre e visse com os próprios olhos a realidade que ali ocorre, de forma a ficar habilitada a produzir informação consentânea com a realidade.
Assim, seríamos muitos mais a revelar as potencialidades da região, a riqueza da sua cultura e a generosidade das suas gentes e haveria - e esperemos que haja -, no futuro, muito mais portugueses a conhecerem Portugal.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Capoulas Santos.

O Sr. Luís Capoulas Santos (PS): - Sr. Presidente, Sr Deputado João Maçãs, apesar do adiantado da hora e da escassez do tempo, não me contive e vi-me obrigado a olhar duas ou três vezes para o calendário da minha agenda, porque, depois de ouvir a intervenção do Sr. Deputado, que eu supunha ir subir a essa tribuna para defender o Alentejo e os seus múltiplos problemas - e gostava que ficasse claro que, ainda há poucos dias, os últimos dados do EUROSTAT demonstram que o PIB per capita no Alentejo é, hoje, 12% menos do que era há 10 anos atrás, o que significa que, na última década, a região empobreceu e viu aumentados os seus problemas -, tive dúvidas, se ainda estaríamos na quadra carnavalesca ou se, hoje, já seria o dia 1 de Abril.
É que tudo o que o Sr. Deputado acabou de dizer e o paraíso que traçou sobre a realidade alentejana demonstram que tanto o PSD como o senhor estão corripletamente fora de si!
Gostaria somente de colocar-lhe duas ou três questões: o que é que tem a dizer sobre a recente eliminação da execução da barragem a ser construída perto de Campo Maior; o que pensa da recente falência do matadouro de Sousel e, por último, do facto de o Ministério da Agricultura ter desviado verbas de um centro de formação profissional agrícola, destinadas a Elvas, salvo erro para Santo Tirso.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - E, já agora, dos 40 000 desempregados!

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu) - Sr. Deputado João Maçãs, a Mesa concede-lhe mais um minuto, além do pouco tempo de que dispõe, para responder a este pedido de esclarecimento.
Para o efeito, tem a palavra.

O Sr. João Maçãs (PSD): - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Capoulas Santos, sou muito mais sensível à realidade vivida no Alentejo em matéria de empresas, de investimentos e de rendimentos do que a qualquer tipo de sondagem ou estatística que possa ser utilizada.
O Sr. Deputado, que vive no Alentejo, parece, no entanto, ignorar a realidade alentejana. O Sr. Deputado Luís Capoulas Santos, como, aliás, o Sr. Deputado Lino de Carvalho, só encaram o que é passível de ser explorado e, de uma forma geral, da pior forma e contra os interesses dos alentejanos.
Nunca vi o Sr. Deputado revoltar-se contra aquilo que o presidente do seu grupo parlamentar aqui disse, há cerca de dois meses, quando mencionou não haver uma exploração com êxito no Alentejo que tivesse sido co-financiada ou ajudada pelos apoios Nunca o vi tomar a palavra nesse sentido Ele envergonhou os alentejanos! E o senhor é alentejano e Deputado eleito pelo círculo eleitoral de Évora, que é a capital do Alentejo.

O Sr. Luís Capoulas Santos (PS) - Quem deve ter vergonha é você e o seu Governo!

O Orador: - Sr. Deputado, quero dizer-lhe que a época carnavalesca já acabou e, se dúvidas houvesse sobre isso, elas surgiriam depois da sua intervenção e não da minha.
Vou, agora, responder-lhe às duas ou três questões que me colocou. A algumas delas nem lhes conhece o nome! De facto, perguntou-me o que se passa relativamente à eliminação recente da execução da barragem a ser construída perto de Campo Maior, porque o senhor não sabe como ela se chama!

O Sr. Luís Capoulas Santos (PS): - Abrilongo!

O Orador: - Então, devia tê-lo mencionado!

O Sr. Luís Capoulas Santos (PS)- - Porquê?

O Orador: - Porque há outras barragens perto de Campo Maior, Sr. Deputado!
E, em relação à barragem do Abrilongo, quero dizer-lhe que a sua execução não foi anulada ou eliminada. Aquilo que eu disse lamentar - e referi-o na minha intervenção, mas o senhor não ouviu - era que. eventualmente, a área regada pela barragem do Abrilongo pudesse vir a ser reduzida para metade ou menos de metade, porque o Ministério do Ambiente e Recursos Naturais tem um determina-