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2392 I SÉRIE - NÚMERO 73

retem, em dar conhecimento público- poderão permitir a continuidade de actuação da nossa frota da NATO.
Recordo que a nossa frota do largo não são só esses 16 navios, mas sim 71 navios e, portanto, temos muitos outros pesqueiros onde poderemos actuar, desde que os armadores - e a eles cabe - tenham interesse em se adaptarem e em aproveitarem os instrumentos estruturais que lemos para esse efeito e que, de alguma forma, ultimamente têm vindo a ser utilizados.
Há, portanto, uma estratégia e, penso eu, quem diz o contrário não está neste mundo, como não está neste mundo quem fala de um suposto descalabro das nossas conservas, quando nós. ao fim e ao cabo, desde a adesão à União Europeia até agora, praticamente produzimos e exportámos a mesma quantidade que em 1986, com a vantagem de. em termos monetários, isso corresponder a um valor de quase o dobro.
Srs. Deputados, se temos uma perspectiva preocupante à nossa frente é necessário desenvolver, conjuntamente com os armadores, esforços para que se possam esgotar todas as oportunidades de pesca que existem na União Europeia. Felizmente, até agora, todos os ajustamentos que foram feitos não provocaram um desemprego directo, porque ale existem frotas que têm de recorrer a tripulações estrangeiras para trabalhar. Felizmente, esse não tem sido, até agora, um problema grave.
Há, no entanto, um problema importante, que e grave, mas os senhores sabem muito melhor do que eu que não lemos quotas aqui, e nós que desde o século XVI ou XVII nos habituámos a trabalhar do outro lado do Atlântico, temos agora de sofrer as consequências de termos ido pescar o nosso prato nacional para tão longe da nossa costa.

Aplausos do PSD.

O Sr Joel Hasse Ferreira (PS): - O Sr. Ministro não pesca nada!

O Sr. Manuel Queiró (CDS-PP). - Sr Presidente, peço a palavra para exercer o direito de defesa da consideração.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr Deputado.

O Sr. Manuel Queiró (CDS-PP): - Sr. Presidente, o Sr Ministro resolveu terminar o debate utilizando o tempo do PSD e está no seu direito fazê-lo. Simplesmente, aproveitou esse tempo para, de imediato, tentar desqualificar este debate, dizendo que ele não tinha sido mais do que um fait divers.
Sr. Ministro, não lhe fica bem utilizar esta expressão, pois o problema, como sabe - e não somos nós que temos de demonstrá-lo - é grave, deve merecer a atenção de todos e, sobretudo, deve merecer a atenção do Governo.
Este debate foi útil, sob a nossa perspectiva Deu, aliás, ocasião para o Sr Ministro defender a sua visão de que existe uma estratégia, de que existe uma política e para apelar à confiança Sr Ministro, cá estaremos para ver os resultados de toda essa estratégia e de toda essa política. E não estamos a desejar-lhe que tenha insucesso, estamos apenas a apontar-lhe as razões que nos levam a crer que, por este caminho, não se irá lá.
Aliás, Sr. Ministro, nem sequer aproveitou este debate, que considerou um fait divers, para responder à principal questão colocada e que é a seguinte: como é que este Governo, em 1988, afirmou oficialmente, através dos seus responsáveis governativos, a auto-suficiência da nossa indústria e da nossa actividade de pescas, criando expectativas em relação às necessidades do nosso consumo e, depois, a evolução é toda esta, ou seja, vem mudar o discurso, vem fazer a política da redução e das dificuldades e pedir que a ele nos unamos com vista a uma estratégia salvítica, que ainda não sabemos qual será nem que resultados vai ter?
Sr. Ministro, esperava não ter de usar a palavra em defesa da consideração, mas se o Sr Ministro, em jeito de conclusão, para alem de repelir o que já linha apontado, de sublinhar os aspectos que lhe pareceram positivos na sua intervenção e de insistir em não responder às principais questões levantadas, não tivesse tentado desqualificar o debate, eu não o leria reito

O Sr Presidente: - Para dar explicações, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Ministro do Mar.

O Sr. Ministro do Mar: - Sr. Deputado, quando disse que há um fait divers foi no sentido de que, por mais que respondamos, por mais que argumentemos, os senhores - e não são só os senhores - acabam sempre por agir exactamente como se nós não tivéssemos respondido.

O Sr. Manuel Queiró (CDS-PP): - Mas não respondeu à principal questão!

O Orador: - Sr Deputado, pôs-me uma questão a que eu respondi, porque disse de imediato, antes de o senhor ter feito essa pergunta, que nunca tínhamos sido auto-suficientes em pesca.

O Sr Manuel Queiró (CDS-PP): - Mas criaram essa expectativa!

O Orador: - Sr Deputado, se criaram pergunte a quem criou, não me pergunte a mim porque nunca fomos auto-suficientes em pesca.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS) - Qual foi o défice, Sr Ministro!

O Orador: - Srs. Deputados, estou aqui para responder e o debate era sobre a situação do sector de pescas em Portugal face à União Europeia e à ausência de uma política interna de pescas.
Assim, peço ao Sr Deputado Manuel Queiró que leia o que eu afirmei. Dir-me-á, depois, se não foi sobre este tema que falei, se não foi sobre este tema que eu respondi

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está encerrado o debate de urgência, a pedido do Grupo Parlamentar do CDS-PP, sobre a situação do sector das pescas em Portugal, face à União Europeia e à ausência de uma política interna de pescas.
O Plenário voltará a reunir na quarta-feira, dia 10, às 15 horas, para tratar de assuntos correntes e, no período da ordem do dia, da proposta de lei n.º 120/VI, que autoriza o Governo a aprovar a nova lei do património cultural português
Está encerrada a sessão.

Eram 12 horas e 55 minutos.