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2552 I SÉRIE -NÚMERO 79

muito bem, está a trabalhar bem! A Junta Autónoma das Estradas é uma instituição de crédito que nos tem ajudado, mas é necessário continuar, porque queremos mais estradas".

A Sr.ª Leonor Coutinho (PS): - É autista em relação aos protestos!

O Orador: - Como é que os Srs. Deputados socialistas - e coloco-me no vosso lugar com alguma solidariedade -, que vão daqui com o discurso do vosso Secretário-Geral, no sentido de que não haverá mais estradas, nem betão para ninguém, ouvem um discurso daqueles, por parte de todos os presidentes das câmaras, nomeadamente dos vossos, dos do Partido Comunista Português e do Partido Socialista?!
A Sr.ª Deputada Leonor Coutinho falou na maior mortalidade nas nossas estradas, mas todos sabemos por que é que isso acontece. Por exemplo, a Sr.ª Deputada pega no seu automóvel, vem de Salamanca para Portugal e, nesse percurso, não passa dos 90 km/hora, porque sabe que, se for apanhada pela polícia, ou tem ali dinheiro para pagar a multa, ou fica lá o seu carro. E todos fazemos isso! No entanto, quando passamos para o lado de cá, aceleramos até ver quanto é que dá mais. Não cumprimos o Código da Estrada! Ninguém o cumpre! A não ser que alguém faça sinal a avisar de que a polícia está mais à frente!
Por isso, a generalidade dos acidentes que ocorrem resulta da falta de cumprimento da lei e das regras de trânsito. Não vale a pena ignorarmos isto!

A Sr.ª Leonor Coutinho (PS): - Então, para que é que existe a polícia?!

O Orador: - Quando a polícia está na estrada, as pessoas andam devagar, Sr.ª Deputada.
Quanto à questão da reclassificação de algumas estradas, devo dizer-lhe que, embora o Sr. Deputado seja da oposição, durante a nossa viagem, vi que um membro do Governo, por gentileza, lhe facultou um elemento que desconheço completamente, que é o plano de reclassificação de algumas vias.
Em relação as chamadas estradas desclassificadas - e já tive oportunidade de o dizer também ao Sr. Deputado José Manuel Maia - a Sr.ª Deputada sabe tão bem como eu que só com um programa mais vasto é que se pode concretizar aquilo que pretende. Mas, Sr.ª Deputada, vamos ser realistas...

A Sr.ª Leonor Coutinho (PS): - São esses disparates que explicam a mortalidade!

O Orador: - Há que separar as coisas!
Como estava a dizer, Sr.ª Deputada, sejamos realistas: quando um Sr. Presidente da Câmara, numa reunião, me vem dizer que no seu concelho há uma estrada, a que ele chamou "estrada de saco" - e eu nem conhecia o termo técnico! -, dizendo que era uma estrada nacional que pretendia ver recuperada pela Junta Autónoma das Estradas, desculpe, mas... É que uma "estrada de saco" vai até uma povoação qualquer e não tem saída, pelo que não pode ser uma estrada nacional.
Em relação ao problema da diminuição dos passageiros na CP, concordo consigo, Sr.ª Deputada. É óbvio que o facto de se verificar um aumento de veículos automóveis de um para quatro, no espaço de 10 anos, permite concluir que as pessoas optaram pelo automóvel.
No entanto, há-de vir o tempo - aliás, a Sr.ª Deputada sabe-o bem, pois já temos discutido essa questão - em que as pessoas que andam de automóvel vão começar a pensar e a fazer a opção de o deixarem em qualquer lado, passando a utilizar o comboio. E parece-me que esse momento está a chegar!
Em relação às estradas desclassificadas, às estradas secundárias, aos itinerários principais & aos itinerários complementares, a Sr.ª Deputada sabe que se trata de uma questão de prioridades. Sucede o mesmo com qualquer cidadão, em relação ao seu orçamento familiar, ou seja, em determinado momento esse orçamento não chega e o cidadão tem de reduzir as despesas, mas vai ter de decidir se corta na educação dos filhos, na alimentação, no tabaco ou na discoteca. Ora, é óbvio que esse cidadão não pode cortar naquilo que é fundamental, isto é, a alimentação e a educação dos filhos. A não ser que seja um mau gestor e um mau pai!...
Quanto à última questão do Sr. Deputado José Eduardo Reis, relativa ao reaproveitamento da linha do Vale do Vouga e do Dão, gostava de lhe perguntar, uma vez que é um homem que conhece a vida, se entende que aquilo é viável.
Em todo o caso, o Governo e a CP já disseram que entregam aquela via a qualquer pessoa que pretenda investir no turismo. Faça-o, Sr. Deputado!
Em relação ao programa do IP n.º 3, se o Sr. Deputado analisar o livrinho, verá que estão lá, sem excepção, todos os compromissos que os Deputados do PSD assumiram cumprir até 1995.
No que diz respeito ao IP n.º 5, tratava-se de um projecto que já vinha de longe. Veja que foi o Dr. Mário Soares que fez o primeiro lanço no I Governo e até o inaugurou três vezes, tem lá três placas, uma na ponte, outra no nó e a última na estrada, tal era a importância que lhe dava! Portanto, aquilo que tem é isto, é aquele projecto. No entanto, só pode testar, em termos de tráfego, o IP n.º 5 quando estiver concluída toda a rede de itinerários principais para saber quais são os fluxos de tráfego que se deslocam pelo país inteiro.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Macário Correia.

O Sr. Macário Correia (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Estamos a poucas semanas do encerramento dos trabalhos do Plenário e servirão muitas das próximas sessões para que, com a reflexão de cada um de nós, se faça um pouco o balanço daquilo que se realizou, daquilo que foi mais ou menos conseguido, dos sonhos e dos anseios daqueles que nos elegeram e que aqui representamos.
O círculo eleitoral do Algarve conferiu-me mandato para zelar pelos interesses dos algarvios, se bem que a outros dedique muito do meu tempo e esforço, mas é sobretudo das aspirações do Algarve que aqui vos falo hoje, convidando a vossa atenção para a evolução daquilo que foi o salto que o Algarve deu nos últimos 10 anos.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Algarve de 1985 era uma região onde as dificuldades e os constrangimentos se sentiam um pouco por todo o lado. A Estrada Nacional n.º 125 era uma congestionada rua urbana, onde atravessar Almancil ou Portimão, representava, no Verão, horas de martírio; as carências no domínio do saneamento básico