O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3086 I SÉRIE-NÚMERO 91

do para promover a instabilidade política e a agitação social numa denodada tentativa de questionar a autoridade democrática e fragilizar o normal funcionamento da democracia. Todo o trabalho dos portugueses para resistir às dificuldades da crise económica internacional ou para reagir positivamente aos sinais de recuperação e toda a evolução que, por força desse trabalho, se foi conseguindo foram sistematicamente ignorados ou desvalorizados, como se de um revés se tratasse para a estratégia da oposição.
Ao mesmo tempo, toda e qualquer ocorrência negativa era invariavelmente imputada ao Governo. Na cidade como no campo, na economia ou na metereologia. Não houve acto de má gestão de uma qualquer empresa privada cuja consequência não fosse atribuída à responsabilidade do Governo. A «destruição criativa» própria das economias de mercado, a que se refere Schumpeter, é grosseiramente ignorada pela oposição Não houve problema na ordem pública que não fosse imediatamente empolado e explorado numa tentativa despudorada de caça ao voto, sem o mínimo sentido de Estado, sem a menor preocupação pelo rigor e pela verdade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Pouco importava a natureza ou a bondade das questões que estavam na origem do problema, nem sequer contavam a densidade dos sentimentos ou as angústias das pessoas que acabavam por ser tratadas pela oposição como meros joguetes da sua estratégia.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Com manobras de rua, intrigas de bastidores, compadrios palacianos, manipulações de informação, tudo fizeram para pôr em causa a estabilidade política, inibir a governabilidade do País, destruir a confiança dos agentes económicos e prejudicar a recuperação da economia.
O País não contava. O que interessava era medir forças e afirmar protagonismos no seio da oposição, atacando o Governo, fomentando a instabilidade e tentando minar a confiança, a coesão e a esperança dos portugueses na construção do seu futuro.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Olha quem fala!

O Orador: - Uma verdadeira estratégia de terra queimada a que não faltou, sequer, a utilização distorcida e abusiva do instituto constitucional da moção de censura.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - As moções de censura foram apresentadas pelo CDS e pelo PCP, mas foram sempre sustentadas e apoiadas - contraditória e por vezes desastradamente, é certo - pelo maior partido da oposição.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Em ambos os casos, a iniciativa das moções de censura não passou de mais um instrumento gratuito de ataque ao Governo O frenesim foi tal que não hesitaram em utilizar temas que, embora artificiais, beliscavam de uma forma perigosa os superiores interesses de Portugal - como o drama do povo timorense - ou tentavam manipular sentimentos profundos do povo português. Pode dizer-se que valeu tudo. Sempre com o beneplácito, com a concordância, com o seguidismo oportunista do maior partido da oposição, cego pela ânsia da caça ao voto, pela sôfrega ilusão de chegar ao poder.

Aplausos do PSD.

Não estiveram em causa os verdadeiros problemas dos portugueses nem, sequer, as diferentes opiniões sobre as grandes linhas do desenvolvimento e progresso de Portugal Proeurou-se apenas pôr em causa a estabilidade política, a governabilidade do País e a credibilidade das suas instituições.

Vozes do PS: - Eh!

O Orador: - À tentativa de subversão do normal curso da democracia, responderam o Governo e a maioria parlamentar com firmeza e sentido de Estado, lutámos para que fosse cumprida a vontade esmagadoramente expressa pelos portugueses nas últimas eleições legislativas.
Para além de uma razão de ética política, fizemo-lo porque estamos cientes do momento crucial que Portugal atravessa nesta fase da sua História Não podíamos consentir que as profundas transformações estruturais que abriram a Portugal as portas da modernidade fossem interrompidas, pelos seus inimigos de sempre, em plena e decisiva fase da sua consolidação Numa era de globalização, de integração, de mutação tecnológica acelerada e da sociedade de informação, quem despreza as oportunidades, quem se deixa dominar pelos interesses mesquinhos, quem vacila no ânimo reformista, deixa-se irremediavelmente atrasar no comboio da História.
Felizmente, nada quebrou a coesão entre o Governo e a sólida maioria parlamentar que o suporta Felizmente, imperou o bom senso, triunfou a democracia e reforçou-se a credibilidade do País

Aplausos do PSD.

Felizmente, para a história da nossa democracia, esta e a segunda legislatura a ser cumprida até ao fim, segundo as regras da normalidade democrática e respeitando a vontade soberana do eleitorado. À liberalização da comunicação social, às reformas do sistema educativo, do sistema fiscal e financeiro, à reprivatização das empresas públicas, à abertura da economia à iniciativa privada e a tantas outras reformas estruturais operadas na nossa sociedade estamos a acrescentar a reforma das mentalidades que permitiu o triunfo da normalidade democrática, da estabilidade e da governabilidade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O Governo e o partido que o apoia orgulham-se de serem os motores desta nova fase da vida política portuguesa. A oposição, que tudo fez para criar instabilidade, não tem agora autoridade moral e credibilidade política para se arvorar em arauto da estabilidade e em defensor da normalidade democrática.

Aplausos do PSD

A memória dos homens pode ser curta. A coerência pode não ler, para alguns, grande valor Mas os portugueses sabem julgar, sabem estabelecer as diferenças e sabem distinguir entre quem actua por convicção ou por