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3090 I SÉRIE-NUMERO 91

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Hoje, quando os tempos difíceis estão vencidos e os resultados positivos da opção seguida se tornam claros, vemos os mesmos que defendiam irresponsavelmente a desvalorização do escudo a cantar loas à estabilidade cambial.

Aplausos do PSD.

Muitos dirão que é preciso muito descaramento. Eu direi que nunca é tarde para os críticos retornarem ao bom caminho!

Aplausos do PSD.

«O Estado tem de intervir», «deve distribuir mais subsídios», disseram. Não faltaram as propostas em catadupa para que aumentássemos as despesas públicas, num manancial de subsídios e facilidades.

Vozes do PSD: - Muito bem! Protestos do PS.

O Orador: - O Governo, segundo eles, deveria ter-se lançado numa campanha de despesismo, semelhante à de épocas em que eles tinham governado o País.

Protestos do PS.

Não houve empresa em dificuldade que, aos olhos da oposição, não merecesse o bálsamo milagroso do subsídio ou, até, da intervenção estatal.

Protestos do PS.

Face à flutuação no crescimento, logo saltaram a defender as propostas de 1975, as mesmas que juravam ter repudiado.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A incoerência ou a incompetência era tal que chegaram a sugerir que era possível subir as despesas e, ao mesmo tempo, descer os impostos e diminuir o défice.

Aplausos do PS.

Tudo fácil, qual milagre da multiplicação dos pães!
Em resultado do desnorte de que foram tomados, as suas raízes socialistas trouxeram, de novo, ao de cima as tentações intervencionistas. Afinal, estala com facilidade o verniz dos recém-defensores do mercado!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Para eles uma empresa é mais uma peça daquilo que entendem ser o jogo da política, que o Estado pode manipular, apoiar ou esquecer ao sabor da refrega partidária.

Aplausos do PSD.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Está, com certeza, a falar da RTP!

O Orador: - O que interessa não é o normal funcionamento das empresas e dos mercados em economia aberta. São os títulos do jornal, é a caça ao voto

Aplausos do PSD.

Se tivéssemos seguido as suas propostas, as contas públicas entrariam em perigosa derrapagem, com consequências graves na inflação, na taxa de juro, na situação externa do País e, consequentemente, no emprego.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Em vez disso, optámos por uma via sustentada e pragmática, traçando uma tendência geral descendente para o défice público, sem esquecer a necessidade de alguma flexibilidade conjuntural mas sem nunca alimentar artificialismos económicos ou substituir a responsabilidade que, para o bem e para o mal, cabe aos empresários numa economia de mercado

Vozes do PSD: - Muito bem'

O Orador: - «Chega de estradas», disseram os senhores da oposição.

O Sr. Vieira Castro (PSD): - É o guterrismo!

O Orador: - Que teria sucedido se tivéssemos seguido a sua sugestão e travado a construção de vias de comunicação? Sem nunca têm saído das cidades, a não ser em caravanas eleitorais,...

Aplausos do PSD.

... e, por certo, desconhecendo o País real, chegaram ao ponto de desdenhar a construção de infra-estruturas viárias.
O isolamento, o subdesenvolvimento, os custos de transporte, a perda de oportunidades de progresso para tantas regiões do País, que conheço bem, impedem-me sequer de contemplar a irresponsabilidade de quem nunca pára para medir as consequências da sua verborreia demagógica.

Aplausos do PSD.

Pense-se só no que seria da competitividade das nossas empresas se não tivéssemos concretizado a revolução tranquila nas vias de comunicação.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Está tudo óptimo!

O Orador: - Já para não falar no que ela representa para a qualidade de vida das populações do interior do País.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Agora, quando os resultados da nossa linha de rumo são já claros,.

Vozes do PS: - Vou-me embora!..

O Orador: - .. quando a nossa recusa das suas propostas irresponsáveis começou a dar os seus frutos, mudaram de opinião Mas em que sentido?
Das suas ideias, podemos retirar as mais variadas sugestões.
Querem, simultaneamente, mais défices públicos e menos desequilíbrio das contas, querem mais estabilidade cambial e mais desvalorização competitiva; mais impostos e menos impostos,

O Sr. Vieira de Castro (PSD). - É o guterrismo!