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23 DE JUNHO DE 1995 3089

oportunidades e uma melhoria da qualidade de vida para todos; que acredita na iniciativa dos portugueses, apostando em menos Estado e mais sociedade.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: A realidade económica do mundo de hoje caracteriza-se por uma elevada complexidade. Confrontada com múltiplas solicitações, interdependências e paradoxos, a acção governativa tem de ser capaz de traçar e procurar seguir uma linha de rumo clara, coerente e segura Uma governação séria e que se preocupe com a realização do interesse colectivo, numa perspectiva que não se confine ao curto prazo, tem de saber resistir à tentação da facilidade,...

O Sr. Manuel Alegre (PS)- - Tem de se ir embora!

O Orador: - .. de ocorrer à satisfação de cada reivindicação conforme ela se apresenta, de dizer «sim» só para fugir aos custos de impopularidade em ter de responder «não».

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Se a prática política da ilusão e da banalidade, metralhando soluções cor-de-rosa para todo e qualquer problema sem cuidar da sua justeza e, muito menos, do seu resultado, prometendo tudo e o seu contrário, sempre deve ser entendida como uma prática política de duvidosa seriedade, no complexo e exigente mundo de hoje, e reveladora de uma grande incapacidade e incompetência para a governação de Portugal

Aplausos do PSD.

Com a intensa transformação que a partir de 1986 a economia portuguesa teria de sofrer para fazer face à sua integração comunitária, sabíamos que o País não podia fugir a uma multiplicidade de choques, que iriam perturbar vastos aspectos da nossa vida económica e social. Eram os choques exigidos pela modernização de um país que se tinha deixado atrasar, que sofrera os desvarios de um período revolucionário e os custos da governabilidade.
À transformação estrutural juntou-se, nos anos mais recentes, a incidência da profunda crise económica internacional Perante esta complexidade e estes desafios, o Governo traçou uma linha clara para a condução da política económica
O Programa de Convergência definiu as orientações globais para o grande projecto de adesão plena à União Económica e Monetária.
O Plano de Desenvolvimento Regional, por sua vez, definiu os termos da política de modernização e desenvolvimento económico e social que queremos executar até ao final do milénio
Traçado o rumo, exigia-se coragem e determinação para o seguir.
Sabíamos que não faltariam obstáculos nem se calariam as vozes dos que nos queriam ver desistir ou desviar dos nossos objectivos. Mas também sabíamos que o verdadeiro interesse nacional dependia em muito da nossa firmeza.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A este propósito, cite-se uma apreciação proferida pela OCDE no seu relatório sobre a evolução da economia portuguesa, datado de Abril deste ano: «A retoma, que começou no primeiro trimestre de 1994, está a ter lugar em bases mais sólidas do que as recuperações anteriores».

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Hoje, são muitos - na verdade cada vez mais! - os que, na oposição, ainda há pouco se assanhavam a criticar as orientações de fundo do Governo e que agora admitem as boas perspectivas que se abrem à economia portuguesa, antecipando mesmo elevadas taxas do crescimento do produto para os próximos anos.

Protestos do PS.

Tivemos a sabedoria de, nos momentos difíceis, não seguir os seus desastrosos conselhos e temos agora uma ponta de orgulho em observar as suas piruetas, a sua adesão resignada às políticas prosseguidas.

Aplausos do PSD.

Para o bem do País, aqueles que a cada passo se levantaram a criticar-nos, propondo o oposto daquilo que fazíamos, falharam rotundamente nas suas previsões catastrofistas!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Agora, apressam-se a alinhar pelo rumo que traçámos, procurando branquear as suas propostas na tentativa de reganhar alguma credibilidade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Mas como seria se tivéssemos irresponsavelmente facilitado, abandonado a linha que definimos?
Como seria se tivéssemos aceite as propostas de quem nos atacava e optado por seguir a sua linha de facilidade e populismo, desertando da coragem nas decisões difíceis?

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - «Desvalorizem o escudo», «tirem a moeda do SME», quantas vezes não disseram.
Chamando «política de escudo forte» à opção de estabilidade cambial do Governo e fazendo tábua rasa das leis da economia, anunciaram as mais nefastas consequências para a opção de luta pela estabilidade da moeda nacional, chegando ao ponto de alinhar no jogo dos especuladores contra o Banco de Portugal.

Aplausos do PSD.

O Sr Domingues Azevedo (PS) - Olhe os resultados!

O Orador: - Mas se tivéssemos seguido as sugestões dos nossos críticos onde se situariam hoje as taxas de juro e de inflação?

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - As perspectivas de participação plena de Portugal na futura União Monetária estariam já perdidas! E, pior do que isso, a credibilidade externa da nossa política económica, que tão pacientemente tinha sido construída, estaria irreparavelmente danificada, voltando o País a tempos passados mas, felizmente, não esquecidos.