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2786 I SÉRIE - NÚMERO 80

Como sabe, o IP4 tem uma alta taxa de sinistralidade. Pois vamos substituir o tapete do 1P4 por um outro com um revestimento muito mais aderente, para evitar os inúmeros acidentes que lá têm ocorrido ultimamente. Trata-se de um investimento que não é muito considerável não chega a 1 milhão de contos - mas que tem grande significado do ponto de vista da sua eficácia e da sua humanidade.
Quanto aos quilómetros de estrada que disse não estarem construídos, quero dizer-lhe que está programada a construção de 87 km, entre Chaves, Fronteira e Régua, no valor de 25 milhões de contos, e está ainda programada a obra de fecho do IP3, a ser lançada até 1998. Aliás, como há pouco referi, o distrito de Vila Real tem beneficiado imenso dos enormes investimentos que têm sido feitos no distrito de Viseu...

Risos do Deputado do PSD Fernando Pereira.

Não se ria, Sr. Deputado, porque é verdade e é esse o ponto que os senhores não querem ter em consideração por razões políticas óbvias. Qualquer habitante da Vila Real, da Régua ou de Chaves sabe que os 25 milhões de contos que, neste momento, estão a ser investidos no distrito de Viseu, na ligação da Régua a Castro Daire, vão fazê-lo poupar 20 minutos no trajecto ou mais. Isso não lhe interessa, não?

Vozes do PSD: - Interessa, interessa!

O Orador: - É que é preciso ter uma visão nacional dos problemas regionais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques para uma intervenção.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Presidente, pedi um copo de água. O Governo trouxe-nos imensa água mas eu prefiro desta

O Sr. Presidente: - Até o Sr. Deputado tem direito a «meter água» de vez em quando!

Risos.

O Orador: - Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados: Tenho imensa pena de não poder dirigir-me ao Sr. Primeiro-Ministro. Aliás, lembrando-me do paradigma inglês de que ele tanto nos falava antigamente, devo dizer que está a deixar muito malvisto o nobre paradigma inglês. Enfim, pecadilhos O Sr. Artur

Torres Pereira (PSD): - Outra promessa não cumprida!

O Orador: - Convém lembrar, apesar de tudo, que o Professor Cavaco Silva estava muito longe de proceder assim; pelo menos, ficava mais tempo. Mas não tem importância nenhuma. Os meus amigos são socialistas, estão desculpados!

Risos do PSD e do PS.

Sr. Presidente, se há questão em que o PS baqueou essa é, precisamente, a do desenvolvimento e sobremaneira no tocante ao combate à interioridade.
A questão do desenvolvimento e, numa das suas vertentes, a da interioridade é mais do que um problema de meios materiais disponíveis e de investimentos aplicados, é muito mais do que isso. Ela é, antes de tudo e acima de tudo, uma questão de pensamento governativa e de visão política. Ora, é aqui que os socialistas têm agido no sentido errado.
Os socialistas já baquearam uma vez, em momento anterior da sua estadia no Governo e voltam agora a baquear. Antes, baquearam porque estavam prisioneiros do mito do planeamento e da intervenção do Estado, substituindo-se às empresas e às pessoas, agora, voltam a baquear porque se renderam a uma nova mitologia, a do mercado, a da privatização e do lucro.
Os socialistas começaram por pensar o desenvolvimento, anteriormente, na outra época, e o ataque à interioridade como sendo uma mera questão de subsídios directos ou indirectos e de aplicação de fundos de natureza incentivadora. A este propósito, faço um parêntesis para fazer uma referência ao Sr. Deputado Manuel Monteiro, que está ausente do Plenário mas estou certo de que a Sr.ª Deputada Maria José Nogueira Pinto certamente lhe transmitirá as minhas palavras.
Na verdade, o Sr. Deputado Manuel Monteiro defendeu as propostas do socialismo do «tempo ético»: subsídios para fixar funcionários superiores - ainda por cima, com o pequeno pormenor de distinção de classe -, subsídios para fixar empresas e, numa outra vertente (nem sei se ouvi bem), deu-me a impressão que o Sr. Deputado protestou contra o facto de o Governo que apoiei ter construído estradas que, segundo disse, deixam passar as mercadorias sem parar! Não sei se ele estava a preconizar implicitamente que voltássemos a uma bitola diferente na linha férrea entre Portugal e - Espanha...

Risos

... ou que as nossas estradas parassem na fronteira e o resto fosse carreiro de cabras. Presumo que não! A Sr.ª Deputada Maria José Nogueira Pinto certamente vai esclarecer-nos.

Vozes do CDS-PP: - Ele não disse isso!

O Orador: - Sei que os senhores são óptimos e fiéis colaboradores do Sr. Deputado Manuel Monteiro e têm de esforçar-se porque, de facto, a situação é difícil...

Risos do PSD e do PS.

Devo dizer-vos, Srs. Deputados, que sou um adepto do retorno à AD, só que, perante as teses do Sr. Deputado Manuel Monteiro, vejo-me cm dificuldade para compatibilizar as ideias.
Mas volto aos socialistas porque é com eles que está a alternância.
Os socialistas desprezaram as condicionantes económicas, os mecanismos do mercado, a lei inexorável dos custos em que avultam os dos transporte. Foi o período que ficou marcado pela construção de parques industriais no interior, com infra-estruturas e edifícios acabados que ninguém quis porque ninguém podia querer, em tais condições de isolamento. Tratou-se, pois, de um total fracasso da visão socialista do problema.
Foi preciso que os social-democratas chegassem ao poder para que fosse feito o que havia que ser feito