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27 DE ]UNHO DE 1997 3023

Porém, aquilo que acontece, Srs. Deputados do PS, é que os senhores não cumprem as suas promessas. E mais uma vez, nesta matéria, fica bem claro: VV. Ex.as fogem à responsabilidade, têm medo de enfrentar os problemas, fazem discursos demagógicos e apresentam planos demagógicos.

Protestos do PS.

Srs. Deputados, tenham paciência! Os senhores já estão habituados. Sinceramente, isto custa-vos: foi o Plano Mateus (de 2500 para duas empresas) e agora é o Plano Nacional de Estágios que vem resolver o problema todo... Sinceramente, não vejo luz no fundo do túnel para que os jovens portugueses possam encarar um futuro com melhores perspectivas!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Correia da Silva.

O Sr. Nuno Correia da Silva (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Hermínio Loureiro, o senhor fala efectivamente com razão, mas penso que fala também com muita falta de autoridade. Com falta de autoridade, porque esta é uma questão velha, mas continua a ser um problema novo. Não é um complexo do Partido Popular, é um problema da juventude portuguesa; não é um problema de hoje, é um problema também de hoje, o que é uma questão diferente.
As soluções que temos de encontrar hoje passam também por avaliar as soluções que foram propostas no passado, para não repetirmos os mesmos erros que cometemos no passado.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Aquilo que o PSD ou a Juventude Social-Democrata nos vem aqui propor é o mesmo, não traz qualquer novidade, Sr. Deputado.
Há pouco, o Deputado Bernardino Soares falava, com alguma oportunidade, na questão da Moeda única e da caminhada precipitada para a Moeda única. Não está em causa nem vou desviar o debate da questão fundamental, que é o emprego, mas, objectivamente, quando se discutiram aqui os prazos para a adesão à Moeda única, quando se discutiu nesta Câmara se devíamos optar por critérios de convergência, em função dos critérios nominais definidos no Tratado ou em função dos critérios da evolução real da nossa economia, aí, o PSD fez orelhas moucas ao que o PP disse, nomeadamente aos avisos que fez a esses critérios. O cumprimento desses critérios, nestes prazos, vão gerar desemprego, nomeadamente junto dos novos, dos mais jovens, das pessoas que estão à procura do primeiro emprego. A verdade e a história vieram ao de cima, à medida que o tempo passou.
Hoje, o que o PSD propõe é mesmo que está a propor a União Europeia: tentar remediar aquilo que foi claramente um erro e uma precipitação. Mas o remédio é claramente fraco, porque a doença é muito mais grave e tem uma latitude que está, claramente, a ser escamoteada com este folclore político que se está aqui a tentar criar, porque não estamos a tocar no fundo da questão.
Sr. Deputado, vamos saber quem são os desempregados, quem são os jovens desempregados neste país: não são só os militantes da Juventude Social-Democrata, nem os da Juventude Centrista ou os da Juventude Comunista Portuguesa: também há militantes da Juventude Socialista, porque não há lugares para todos, por enquanto; são, seguramente, jovens que aceitaram o desafio que lhes foi lançado de maior qualificação, que Fizeram um estorço para obter maior formação, que fizeram uru esforço para «apanhar o comboio», o desafio que lhes é lançado da competitividade e de uma economia cada vez mais global; são jovens que tiraram cursos superiores e que, depois, encontraram um mercado de trabalho completamente desajustado da formação que receberam.
A verdade, Sr. Deputado, é tão-só esta: nós, em Portugal, temos 800 licenciaturas diferentes, temos praticamente engenheiros «de parafuso» e doutores «dos botões». Enquanto isto for assim, Sr. Deputado, com mais ou menos diplomas, vamos ter desempregados! A questão é estrutural e não conjuntural. E aquilo que o Sr. Deputado nos propõe é uma aspirina para uma doença muito grave. Serve, eventualmente, para aliviar a dor, serve, eventualmente. para aliviar a sua consciência, Sr. Deputado, mas não serve, seguramente, para resolver os problemas efectivos do desemprego juvenil. Essa é a questão fundamental que temos de colocar aqui.

O Sr. João Carlos Silva (PS): - Isso é demagogia!

O Orador: - Demagogia é aquilo que os senhores têm feito! Sobre isso, já vamos falar daqui a pouco.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Hermínio Loureiro.

O Sr. Hermínio Loureiro (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Correia da Silva, mais uma vez, o PP vem com um discurso virado para o passado e não com a preocupação do futuro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado Nuno Correia da Silva, a Moeda única é um caminho que temos de percorrer para o futuro e para que os jovens portugueses tenham um futuro melhor.

Vozes do CDS-PP: - Temos de percorrer, não! Só temos se os portugueses quiserem!

O Orador: - E digo-lhe, Sr. Deputado Nuno Correia da Silva, que não é a Moeda Única que é responsável por esses problemas que o senhor acabou de apresentar. A responsabilidade desses problemas - que concordo que existem - é do Governo, que não governa. O Governo do PS não consegue resolver este problema e a Moeda