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28 DE JANEIRO DE 1999 1461

fala de combater a evasão fiscal mas passou três anos sem tomar uma única medida para realmente combater a evasão fiscal.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Os jovens têm hoje mais angústias e mais dificuldades em obter um emprego. Basta olhar para os inquéritos de opinião. Nunca como agora a preocupação do emprego, por parte dos jovens, foi tão grande e tão acentuada, sem esquecer que este Governo socialista conseguiu criar uma nova forma de desemprego: o desemprego de jovens licenciados, daqueles que, tirando um curso superior, esperam e desesperam por não conseguirem obter um posto de trabalho. Tudo porque este Governo socialista cruza os braços e resigna-se; é um Governo que não gere o presente e não prepara o futuro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E tudo isto sem esquecer o drama das pessoas que vivem nas áreas urbanas. Este Governo socialista não olha para os dramas, para os flagelos e para as injustiças de quem vive e, às vezes até só sobrevive - nas grandes áreas urbanas e suburbanas de Lisboa e do Porto. Aí, na Grande Lisboa e no Grande Porto, onde vivem milhões de portugueses, não há qualidade de vida nem justiça social; há desespero, há droga, há angústia, há insegurança, há sofrimento, há pobreza e há exclusão social.
Este Governo socialista fecha os olhos, finge que não é nada com ele, faz de conta que o tempo tudo resolve. Porque este Governo socialista é assim mesmo: tem desvelo, olhos e ouvidos para quem tem poder, para quem tem força, para quem se manifesta, para quem faz erguer a sua voz, mas esquece os mais fracos, os mais carenciados e os mais desfavorecidos da sociedade.

Aplausos do PSD.

Este é o retrato da injustiça social que o desgoverno socialista agravou. Este é o resultado de um mandato perdido e de uma oportunidade desperdiçada. Estes são os factos que reclamam uma mudança de governo e de política.
Portugal precisa de um novo governo, de um governo que realmente governe, decida e reforme.
Portugal precisa de uma nova ideia de governo, uma ideia marcadamente social, porque as preocupações sociais têm de estar presentes no dia a dia de um governo responsável. Portugal precisa de um governo que pense nas classes médias, que fomente o espírito de iniciativa das classes médias, que aposte na pujança e na capacidade inovadora e empreendedora das classes médias. As classes médias, em Portugal, estão asfixiadas de impostos, de burocracia e de espartilhos que cerceiam a sua capacidade e espírito de modernidade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Portugal precisa de um governo que faça uma opção prioritária pelos mais desfavorecidos. Não é uma opção de circunstância, é, sim, uma opção ética, de justiça e de solidariedade.

Portugal precisa de um governo que mude radicalmente o mundo urbano, que dê condições de vida, de confiança e de esperança às nossas cidades, hoje estranguladas por um crescimento selvagem, desordenado, e a qualidade que obtiveram não foi, de maneira alguma, nem sequer aproximadamente, melhorada por este Governo.
Portugal precisa de um governo de futuro e com visão de futuro. Portugal precisa, ao fim de contas, de mudar de governo. É essa a aposta da Alternativa Democrática, é esse o nosso desafio, é essa a oportunidade que se abre aos portugueses, é essa a razão do nosso esforço, do nosso empenho e do nosso trabalho.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Portugal merece um novo governo. Os portugueses merecem um governo melhor. É por Portugal, é pelos portugueses e com os portugueses que queremos construir um futuro melhor, com mais justiça e maior solidariedade.

Aplausos do PSD e de alguns Deputados do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): - Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Namorado.

O Sr. Rui Namorado (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Ferreira do Amaral, queria colocar-lhe duas questões, mas, antes disso, não posso deixar de constatar que V. Ex.ª não teve autorização do Partido Popular para se recordar que fazia parte de um partido europeu. V. Ex.ª escondeu a Europa, no seu discurso, porque, realmente, isso poderia introduzir algumas fricções com o vosso parceiro, que agora vos tutela, em termos europeus.

Risos do CDS-PP.

Por outro lado, V. Ex.ª fez hoje o discurso que foi feito por todos os elementos dessa bancada desde o princípio da legislatura. V. Ex.ª fez o discurso com que se debateu, sem êxito, na disputa pela Câmara Municipal de Lisboa e revelou uma grande desfaçatez ao vir imputar ao Partido Socialista aquilo que um dos responsáveis máximos do cavaquismo soube fazer durante o seu consulado, isto é, ocupar exaustivamente o aparelho do Estado de uma maneira verdadeiramente avassaladora.
Mas, na verdade, o que fica como resultado deste balanço é que V. Ex.ª apresentou aqui uma Alternativa Democrática que se esconde, como, aliás, seria de prever, atrás do seu próprio passado. Pode dizer-se que é um plágio do vosso próprio passado.
Realmente, não é de estranhar que um, partido que, sendo liberal, se chama social democrata, aliado com um partido que, sendo conservador, se diz popular, apresente uma alternativa que é apenas uma tentativa de limitar perdas. Portanto, no fundo, estamos perante uma forma de ficção, com que nos vamos defrontar nos próximos tempos.
Mas essa ficção, apesar de tudo, tem um risco: é que, hoje, podemos constatar com facilidade, porque é uma evidência, que na AD tem muito mais força, muito mais prestígio, a memória dos líderes da primeira versão do