O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2522 I SÉRIE -NÚMERO 69

Aplausos do PSD.

Esta declaração da Presidência alemã da União Europeia é absolutamente inadmissível, parece quase provocatória para Portugal e para o povo timorense.

Sr. Primeiro-Ministro, esta questão é grave porque, primeiro, o senhor não teve uma única palavra para condenar a referida declaração e, segundo, ela pode evidenciar a irresponsabilidade dos governos socialistas que, hoje em dia, estão no poder na Europa. É inadmissível que - com a influência na Europa de que o senhor tanto se reclama - a diplomacia portuguesa não tivesse tido a postura firme que se impunha para impedir aquela declaração e, de imediato - se ela fosse feita como foi -, condená-la, rejeitá-la e recriminá-la!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Isto é que é defender o povo e a causa timorense!

Aplausos do PSD.

Sr. Primeiro-Ministro, e Portugal? E as questões internas? E as questões dos portugueses?

Vozes do PS: - E a AD?!

O Orador: - Será que o Sr. Primeiro-Ministro não sabe ou não viu o que aconteceu em Portugal, nos últimos tempos,...

Vozes do PS: - Vimos, vimos!

O Orador: -... por exemplo, nos domínios da justiça e das polícias?! Será que o Sr. Primeiro-Ministro não sabe que um director da Polícia Judiciária, elogiado pelo Governo durante três anos, foi demitido, de um dia para o outro, por alegadas fugas de informação? Fugas de informação que sempre existiram e fugas de informação que continuaram a existir!...
Será que o Sr. Primeiro-Ministro não sabe o que foi dito pelo Sr: Bastonário da Ordem dos Advogados sobre a grave crise da justiça e do Estado, que anda pelas ruas da amargura neste domínio? Ou aquilo que foi dito pelo Conselho Superior da Magistratura e pela Associação Sindical dos Juizes Portugueses? Todos eles chamaram a atenção para a crise gravíssima do Estado no âmbito da justiça!
Sobre isto, que diz o Sr. Primeiro-Ministro? Nada diz! E esta é uma matéria do Estado que tem a ver com os direitos dos cidadãos e com a segurança das pessoas.
A única intervenção do Sr. Primeiro-Ministro que se conhece sobre esta questão gravíssima da justiça é uma pequena declaração feita à saída de Belém, em que afirma algo surpreendente: «O Governo, em matéria de justiça» - estas são palavras suas, Sr. Primeiro-Ministro - «tem poucos poderes para intervir». Eu diria, Sr. Primeiro-Ministro, aqui, cara a cara, o seguinte: o Governo não tem poucos poderes para intervir; o Governo não tem é vontade alguma para intervir, o que é uma coisa substancialmente diferente!

Aplausos do PSD.

O Sr. Primeiro-Ministro também não sabe o que está a acontecer em Portugal no domínio das obras públicas, da construção civil, do investimento público em vias de comunicação e noutras obras importantes para o desenvolvimento do País? O Sr. Primeiro-Ministro desconhece o caos na Junta Autónoma de Estradas, que tem hoje mais dinheiro do que em 1995 e faz muito menos obras do que em 1995?

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Não sabe da diminuição do investimento, 16% em 1997 e 25% em 1998? Menos 55% de obras adjudicadas! O Governo acabou as obras que herdou do Governo anterior e agora não consegue lançar qualquer obra para o futuro.

Vozes do PSD: - Muito bem! Risos do PS.

O Orador: - É esta a realidade!

E a Brisa, que vai gastar este ano, em números oficiais, sete vezes menos do que investiu no ano passado!? O Sr. Primeiro-Ministro desconhece esta situação?
Será que também desconhece a questão - decisão que o Governo nunca mais toma! - da construção do novo aeroporto? A confusão na família socialista é aquela que se vê, mas o Sr. Primeiro-Ministro faz como habitualmente: lava as mãos como Pilatos, adia, não decide, porque não quer incomodar-se com nada e, não se incomodando com nada, não se importa que os portugueses se incomodem! É que os problemas dos portugueses não se vão resolvendo, pelo contrário, vão-se agravando!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O que dizer sobre tudo isto, Sr. Primeiro-Ministro?

E, no domínio da saúde, o Sr. Primeiro-Ministro também não viu a situação a agravar-se, ao longo dos últimos meses? Já não falo apenas do «buraco» financeiro monumental da saúde: gasta-se mais e os serviços de saúde não melhoram, ou seja, há desperdício de recursos. São as listas de espera nos hospitais que aumentam todos os dias e as urgências que não funcionam! Sr. Primeiro-Ministro, onde está a sua sensibilidade para as questões da saúde? Esta questão tem a ver com Portugal e com os problemas concretos dos portugueses!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sobre tudo isto, o Sr. Primeiro-Ministro não diz uma palavra.

Concluo, dizendo o seguinte: depois de ouvir o Sr. Primeiro-Ministro, todos ficámos a perceber melhor por que é que passou todo este tempo sem querer vir ao Parlamento e a fugir de falar aos portugueses. E que está no final do mandato e não tem obra nem balanço positivo a apresentar: promessas, muitas! Realizações, poucas! Reformas, nem vê-las!
Numa palavra: percebe-se agora por que razão o Sr. Primeiro-Ministro foge sempre ao incómodo de falar. Só que, para fugir a esse incómodo, os portugueses estão cada vez mais incomodados, porque os problemas não se resolvem, pelo contrário, agravam-se!
Em suma, o Sr. Primeiro-Ministro foge para tentar evitar que os portugueses tenham a noção - hoje em dia. ela já começa a ser clara, muito clara - de que o seu Governo é, cada vez mais, uma desilusão.

Aplausos do PSD.