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2526 I SÉRIE -NÚMERO 69

vidas, que legitimamente podem aflorar nos mais diversos espíritos. Há razões de legalidade e de eficácia que legitimamente podem aflorar nos mais diversos espíritos, mas há um imperativo moral absoluto. E, se hoje não estivéssemos à altura de o assumir, estaríamos a entrar numa postura de puro demissionismo e sabemos como, na História, as estratégias demissionistas acabam na barbárie, na destruição dos valores de civilização que são a razão fundamental de toda a nossa acção e de toda a nossa intervenção política.
Sr. Primeiro-Ministro, a nossa solidariedade nessa matéria é total e absoluta. Também nós preferimos a paz à guerra, também nós preferimos as soluções políticas e diplomáticas àquelas que envolvam uma intervenção militar, mas também nós sabemos que há determinados momentos na vida dos povos e das civilizações em que se não pode hesitar, porque há momentos em que hesitar é abdicar de valores civilizacionais fundamentais.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Mendes para defesa da consideração da sua bancada, relativamente a palavras proferidas pelo Sr. Deputado Francisco de Assis.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, gostaria de dizer que, no momento em que seja, como foi, atingido, ofendido um Deputado da minha bancada, é a minha bancada que está a ser ofendida.

Vozes do PSD: - Muito bem! Risos do PS.

O Orador: -A intervenção do Sr. Deputado Francisco de Assis a respeito do meu Colega de bancada, Dr. Durão Barroso, já era algo previsível, estava perfeitamente prevista e, portanto, também estava prevista, obviamente, esta minha defesa da honra da bancada.

O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD):- Vinha nos jornais.

O Orador: - Exacto, estava tão prevista que até vinha nos jornais.

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peco-vos o favor de fazerem silêncio.

Faça favor de continuar, Sr. Deputado.

O Orador: - O Sr. Deputado Francisco de Assis sabe, como o Parlamento e a opinião publica sabem, haja vários dias a esta parte, que o Dr. Durão Barroso está num compromisso no estrangeiro desde anteontem até ao próximo domingo.
Como o Sr. Deputado Francisco de Assis também sabe, o Congresso do PSD é no primeiro fim-de-semana do próximo mês de Maio. Por isso, a explicação, obviamente, de que o Dr. Durão Barroso não queria estar aqui foi inverídica, não foi justa e na referência que faço tenho de colocar os pontos nos «ii», mas não me ficaria por isso. Acrescentaria que o PSD tem daqui a poucas semanas o seu congresso. O Sr. Deputado Durão Barroso regressará do estrangeiro e depois do congresso, obviamente, manter-se-á em Portugal.
Agora, aproveitando a oportunidade do Sr. Deputado Francisco de Assis, dirijo-me ao Sr. Primeiro-Ministro, porque é mais importante - até porque parece que o Sr. Primeiro-Ministro dá o mote e o Sr. Deputado Francisco Assis desenvolve... Portanto, fica aqui um desfio: se o Sr. Primeiro-Ministro cumprir a promessa de uma vez por mês vir ao Parlamento, o que significa, cumprindo a promessa, estar no Parlamento no próximo mês de Maio, terá, seguramente, e com todo o gosto, o Sr. Deputado Durão Barroso, porventura, então, como líder do partido.

Fica aqui o desafio!

Vozes do PSD: - Muito bem! Risos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, agradeço que façam silêncio.
Não é sistema boicotar o uso da palavra, não é correcto, não é democrático. Batemo-nos demais pelo uso da liberdade de palavra para agora o estarmos a sabotar.

O Orador: - Para terminar, Sr. Presidente, devo dizer que fica, portanto, o desafio. Veremos quem é que cumpre e se o Sr. Primeiro-Ministro cumpre a sua palavra no sentido de estar presente no Parlamento no mês de Maio e, nessa altura, teremos esse debate que, pelos vistos, o Partido Socialista tanto deseja.
Já agora deixo também o seguinte desafio: pode ser que, finalmente, o Sr. Primeiro-Ministro também cumpra uma outra sua antiga e solene promessa de debater na televisão a dois, com o líder da oposição.
Pode ser que finalmente o Sr. Primeiro-Ministro se lembre de cumprir a sua promessa.

Aplausos do PSD.

O Sr. Ministro-Adjunto (Jorge Coelho): - Estão sempre a mudar! Nunca se sabe se o das eleições será o mesmo!

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, querendo, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.

O Sr. Francisco de Assis (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Marques Mendes, verdadeiramente, não tenho quaisquer explicações a dar. O Sr. Deputado Luís Marques Mendes, tal como no passado elogiou e defendeu o Sr. Prof. Cavaco Silva, o Sr. Dr. Fernando Nogueira e, ainda recentemente, o Sr. Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, empenhou-se agora em defender o Sr. Dr. Durão Barroso. Como o Sr. Deputado Luís Marques Mendes ainda é jovem, auguro-lhe uma grande carreira a fazer o elogio público dos vários líderes que o PSD não deixará de ter.

Aplausos do PS.

Pensei que o Sr. Deputado se ia insurgir contra o facto de eu ter claramente afirmado que o Sr. Dr. Durão Barroso tinha questionado e contestado a estratégia política e negociai seguida pelo Governo português, mas verifiquei que o Sr. Deputado não segue por esse caminho.
De resto, fica aqui garantido o seguinte: se, porventura, houver uma grande surpresa no PSD - e o PSD, de facto, por vezes, é fértil em surpresas

Vozes do PSD: - Ainda bem! É bom sinal!