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6 DE MAIO DE 1999 2917

seu grupo parlamentar e de informar que ia falar, porque compreendo que, nesta altura agitada, o Sr. Deputado Pacheco Pereira pudesse não estar cá. Porém, é sintomático que ele tenha estado aqui todos os dias, desde a semana passada até ontem, e que hoje não esteja presente no Hemiciclo.
Mas digo-lhe uma coisa, Sr. Deputado Carlos Encarnação: estou disponível para voltar a repetir, nesta Sala, na frente do Deputado Pacheco Pereira, o mesmo discurso que acabei de fazer, para que possamos debater aquilo que lhe disse.

Aplausos do PS.

Sr. Deputado Carlos Encarnação, podemos ter todas as diferenças, podemos ter divergências - e temo-las -, podemos ter debates, agora o que não é sério, nem é justo, é mentir e o Sr. Deputado Carlos Encarnação utilizou uma mentira para me ofender,...

A Sr.ª Rosa Maria Albernaz (PS): - É. o normal!

O Orador: - ... porque disse que eu tinha dito que estava cansado. Ora, eu nunca me cansei, nem da actividade partidária, nem da actividade pública. É por isso que o Deputado Pacheco Pereira, tendo sido cabeça de lista em Aveiro e depois de ter sido eleito, foi lá zero vezes e eu, apesar de ser membro do Governo, fui mais de uma centena" de vezes ao meu distrito eleitoral, o distrito da Guarda. São estas as diferenças!

Aplausos do PS..

Não é preciso retórica mas, sim, mostrar factos concretos!
E já que o senhor fez de porta-voz do Sr. Deputado Pacheco Pereira, há um facto concreto que gostaria que lhe transmitisse - se não se importa ia tomando nota: a nossa Europa é uma Europa que nós queremos que venha a retomar a alma e o ânimo do projecto europeu. Queremos que esse projecto europeu assente numa base política e que essa construção seja uma construção a que se dê tanta força e tanto empenhamento na próxima legislatura como na anterior foi dada às políticas financeiras e ao euro, servindo agora para aperfeiçoar o modelo social europeu.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - No centro da construção europeia, queremos que sirva para verdadeiramente fazer uma união política, com uma voz única no contexto das nações mundiais, que tenha uma política comum de defesa em pé de igualdade, em termos políticos, com o outro pilar da Aliança Atlântica, porque só assim os valores civilizacionais que herdámos podem ser respeitados em cada conflito que exista no continente europeu.
Diga-lhe também - escreva, Sr. Deputado! -, que nós, candidatos pelo Partido Socialista ao Parlamento Europeu, defendemos a participação de Portugal no centro da construção europeia e não vamos só à política que nos interessa, porque são os interesses egoístas e os interesses de curto prazo, uma visão excessivamente nacionalista, que «matam» a construção europeia. É por esta Europa e por esta participação que queremos estar no Parlamento Europeu, para aproximar os cidadãos da construção europeia.

Aplausos do PS.

Os Sr. Presidente: - Para defender a honra da bancada, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Encarnação.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: De uma maneira muito simples e muito directa, o Sr. Deputado António José Seguro fez aqui um exercício, que é um exercício lamentável, do meu ponto de vista, daquilo que se não deve fazer para ganhar a confiança das pessoas, a confiança dos políticos e a confiança nas instituições.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E esta foi a linha determinante no seu discurso, como foi a linha determinante na sua resposta.

Não tenho culpa que o Sr. Deputado António José Seguro, como disse, e bem, tenha diferenças em relação a mim no modo de exercer a política, escusava era de as mostrar dessa maneira!
Em último lugar, Sr. Deputado, quero dizer-lhe o seguinte: também não tenho qualquer problema, nem tenho culpa alguma das entrevistas que V. Ex.ª dá, porque quando V. Ex.ª diz que menti ao referir uma determinada opinião sua, um estado de alma exibido por si, esse estado de alma, essa sua opinião, essa vontade de se retirar durante um tempo das lides partidárias, portanto, de descansar da sua infrene actividade diária, foi feita com a intenção de dizer que V. Ex.ª estava cansado. Portanto, não tenho de me penitenciar pela falta de responsabilidade que V. Ex.ª exibiu ao fazer essas declarações. Se V. Ex.ª agora está ou não arrependido, não sou eu que tenho culpa, é V. Ex.ª. Redima-se agora, diga que vai por interesse particular, diga que vai para representar um determinado papel, diga o que vai fazer, mas não diga que as pessoas mentiram quando V. Ex.ª faz afirmações como as que fez.

Aplausos do PSD.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Você tem uma queda para o abismo que é uma coisa espantosa!

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, tem a palavra 'o Sr. Deputado António José Seguro.

O Sr. António José Seguro (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos Encarnação: Há uma técnica, que algumas pessoas que fizeram determinado percurso político usam, que é agarrar numa mentira e repeti-la tantas vezes até que ela passe a ser verdade.
Compreendo agora porque é que o senhor fez este papel, neste momento: é que, de alguma forma, a «doença» já se está a espalhar e já chegou a si.
Nunca disse que queria ir descansar. Desmenti-o e tive oportunidade de o fazer há uma semana, em texto de jornal. Por isso, Sr. Deputado Carlos Encarnação, a defesa da consideração da sua bancada, se foi para voltar a insultar-me e a referir a mentira que disse, é tempo perdido, gasto aos trabalhos produtivos que esta Assembleia deve ter.
Sou contra a política dos recortes dos jornais e sou a favor do debate. Sobre esta matéria, quando lhe falei da Europa, o Sr. Deputado disse zero e talvez por isso não tenha sido escolhido para a nova comissão política do seu partido.