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0224 | I Série - Número 07 | 04 De Outubro De 2000

portugueses que integram as forças da ONU na manutenção da paz naquele território;
Manifesta a sua solidariedade e empenho no esforço de manutenção da paz que as Nações Unidas estão a desenvolver em Timor Leste para garantir a concretização do desejo de independência, expresso massivamente pelo povo timorense no referendo de 30 de Agosto de 1999.
A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa a sua profunda mágoa pela perda da vida dos dois militares e apresenta às famílias enlutadas e ao Alto Comando Militar o sentimento do seu pesar.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Encarnação.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Pertencemos a uma geração que viu morrer amigos e familiares na guerra. Essa memória está longe de nos tornar insensíveis.
Sabíamos todos que as novas missões militares, que visam garantir ou impor a paz, não eram, nem são, isentas de riscos; sabíamos todos que os acidentes ou as baixas em combate são, infelizmente, possíveis.
Que podemos nós fazer contra a adversidade? Preocupemo-nos que os nossos soldados disponham das melhores condições de intervenção, dos convenientes meios, das capacidades técnicas e operacionais que minimizem os riscos. A tanto chega o nosso contributo e não mais! E depois, quando as más notícias nos batem à porta, resta-nos exaltar a disponibilidade e honrar o sacrifício.
Sabemos que, com a presença militar portuguesa, muitas outras vidas têm sido poupadas; sabemos que não é inútil a dádiva. Acreditamos que vale a pena continuar e estar mesmo ali, ou sobretudo ali, onde os perigos espreitam e se desafia a sorte.
A causa da paz somou duas vítimas mortais. Que as suas famílias saibam como compartilhamos o luto e como esse luto amargo enobrece Portugal.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel dos Santos.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Julgo que pouco haveria a acrescentar ao que os representantes dos grupos parlamentares redigiram sob a forma de voto de pesar. Está lá tudo.
Gostaria, no entanto, de, associando-me a algumas das palavras proferidas pelo Sr. Deputado Carlos Encarnação, lembrar à Câmara e à opinião pública que Timor foi uma causa nacional. Foi uma causa em volta da qual os portugueses se uniram, construíram laços de solidariedade e, sobretudo, laços de esperança.
Portanto, o que é desejável, neste momento, é que este infausto acontecimento, cuja probabilidade de ocorrer existia (mas que poderia não existir, pois, às vezes, a matemática e o cálculo de probabilidades também se enganam), não ponha em causa isto que foi um olhar da Nação portuguesa - e refiro Nação e não Estado português, porque foi efectivamente a Nação portuguesa que teve esse olhar - para o futuro, para a paz, para o desenvolvimento, para a democracia e para o progresso em Timor.
Naturalmente que estas palavras, sendo, de algum modo, de circunstância, não são totalmente consoladoras para as famílias dos militares que perderam a vida. Portanto, o que é que, neste momento, podemos dizer a essas famílias? Naturalmente, associarmo-nos à respectiva dor, dizendo-lhes que estamos com elas nessa mesma dor e, sobretudo, que esperamos sinceramente e tudo faremos, enquanto Deputados, políticos e representantes da Nação, para que a morte desses dois jovens não seja gratuita e para que, com base nesse sacrifício, se possa construir um país desenvolvido, um país são e um país de futuro em Timor Leste.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Em nome da bancada do PCP, queremos também associar-nos a este voto, enviando, em primeiro lugar, uma palavra de solidariedade às famílias dos militares portugueses vítimas deste acidente, bem como aos restantes militares e comandos que desempenham a sua missão em Timor Leste, fazendo votos de que os problemas e as contingências em que prestam o seu serviço sejam da melhor maneira e rapidamente resolvidos, com a plena consciência de que esta missão que desempenham é do maior interesse para o povo timorense mas é também de grande interesse para Portugal e para todo o mundo, dado que se está a dar corpo e possibilidade a que um país possa, finalmente, ter a sua independência.
Para isso, tivemos também que pagar este preço, sendo, portanto, importante que a nossa solidariedade fique aqui bem expressa pela voz da Assembleia da República.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Os soldados portugueses em Timor, que, hoje, estão de luto, têm tido um papel importantíssimo no combate às chacinas que as milícias, no passado, impuseram à sociedade civil e que, hoje, se mantêm quando se tenta impor uma situação de reféns a tantos milhares e milhares de famílias timorenses.
Os soldados portugueses têm-se oposto, dessa forma, à barbárie, ao massacre e à devastação e têm contribuído, com generosidade e com esforço, para que esta transição para um país independente em toda a sua dignidade possa ser feita da melhor forma, preservando e garantindo a democracia.
Por isso, devem ser honrados e por isso a Assembleia da República, como sempre tem feito até hoje, inclinando-se perante a memória destes dois soldados mortos, homenageando-os, apresentando as suas sinceras condolências às suas famílias e aos seus camaradas de armas, mantém a mesma atitude de sempre de solidariedade para com uma missão humanitária, humanista, tão profundamente importante e tão dignificadora do nosso esforço nacional.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Anacoreta Correia.

O Sr. Miguel Anacoreta Correia (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Foi com muita comoção que soubemos, hoje de manhã, da