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36 I SÉRIE — NÚMERO 88

uma subida real dos rendimentos e dos salários dos traba- os do PS! lhadores, em Portugal. Aliás — lembro-lho —, com o desagravamento fiscal, há também um acréscimo no ren- Risos do BE, do PSD e do CDS-PP. dimento das famílias.

Esqueceu-se também, estranhamente, que a universali- A Oradora: — Mas, agora, quero dizer-lhe aqui, olhos zação dos ensinos pré-escolar e infantil se traduz numa nos olhos, o seguinte: o seu discurso foi arrogante, preten-política activa em relação à família. Por isso, lembro-lhe sioso e, no que respeita ao meu partido, o senhor quis ser também que nós temos políticas para a família e que a Lei insultuoso. E esse tom insultuoso e agressivo, permita-me de Bases que aprovámos, nos termos em que o fizemos, é que lho diga, admirou-me. Admirou-me, por não estar à para conduzir àquilo que defendemos e não àquilo que o sua altura, por não estar à altura da sua formação e do seu senhor insinuou que nós aceitaríamos, porque não aceita- estatuto de professor e historiador. Sinceramente, quero remos. crer que alguns dos seus camaradas do Bloco de Esquerda

Mais: o senhor fala aí, estranhamente, da segurança devem ter ficado incomodados e admirados com a natureza social… e o radicalismo do seu discurso.

Ora, deixe-me dizer-lhe, Sr. Deputado, que, ao contrá-O Sr. Presidente: —Terminou o seu tempo, Sr. Depu- rio da sua tese, é esse radicalismo que amedronta as pes-

tado. soas e que facilita o acesso da direita ao poder. O Orador: —Então, só para acabar esta questão da Vozes do PS: —Muito bem!

segurança social… A Oradora: — E, contribuindo para isso, os senhores O Sr. Presidente: —Tem mesmo de acabar. não se livram dessa responsabilidade histórica. Só que, contra isso, os senhores vão encontrar-nos, a nós, socialis-O Orador: —Vou acabar, Sr. Presidente. tas, unidos, sem uma única brecha. Não se esqueça, Sr. Deputado, de que estamos a regu- Mas, como tudo na vida pode ser encarado de várias

lamentar uma Lei de Bases que os senhores ajudaram a perspectivas, quero dizer-lhe, Sr. Deputado Fernando Ro-aprovar. Por isso, é, no mínimo, estranho que se tenha sas, que esse seu radicalismo está a abrir os olhos a muitas referido à reforma da segurança social nos termos em que pessoas, muitos deles simpatizantes socialistas, que acha-o fez. ram que as anteriores eleições legislativas estavam ganhas

e que, por isso, o País estava em condições de dar uma Aplausos de Deputados do PS. oportunidade ao Bloco de Esquerda. Hoje, estão arrepen- didos, querem, como dizem na minha terra, «desvotar» do O Sr. Presidente: —Sr. Deputado Fernando Rosas, há Bloco de Esquerda e contam, de novo, com quem sempre

mais dois oradores inscritos para pedir esclarecimentos e o os defendeu, que é o PS. seu grupo parlamentar só dispõe de 5 minutos. Quer res- É por isto que quero agradecer-lhe, Sr. Deputado Fer-ponder já, ou no fim? nando Rosas.

O Sr. Fernando Rosas (BE): — No fim, Sr. Presidente. Aplausos do PS. O Sr. Presidente: —Então, tem a palavra a Sr.ª Depu- O Sr. Presidente: —Para pedir esclarecimentos, tem a

tada Maria Celeste Correia. palavra o Sr. Deputado Manuel Alegre. A Sr.ª Maria Celeste Correia (PS): — Sr. Presidente, O Sr. Manuel Alegre (PS): — Sr. Presidente, Sr. De-

Sr. Deputado Fernando Rosas, confesso que não vou colo- putado Fernando Rosas, com toda a consideração, quero car-lhe qualquer questão, mas tão-só fazer-lhe um agrade- dizer-lhe que compreenderia o seu discurso no quadro de cimento. Este agradecimento tem a ver com o seguinte: uma interpelação política, mas não o compreendo no con-tive o privilégio de assistir ao seu discurso de encerramen- texto de uma moção de censura. Os senhores têm obvia-to da II Convenção Nacional do Bloco de Esquerda e, por mente o direito constitucional de apresentá-la, mas não faz outro lado, tive a oportunidade de assistir à intervenção de sentido que um partido de esquerda queira derrubar este encerramento da última Mesa conduzida pelo Dr. Miguel Governo, por muito que dele discorde, sabendo que não há Portas. Foram dois discursos completamente diferentes, no para ele qualquer alternativa à esquerda. tom e no conteúdo: um, radical e, permita-me que lho diga, desbragado, que foi o seu, e outro, crítico, mas, digamos, Vozes do PS: —Muito bem! dentro da boa educação política, que foi o do Dr. Miguel Portas. O que não me admira, porque o Bloco de Esquerda O Orador: —Não ponho em dúvida que o senhor seja tem uma direcção quadricéfala, com pessoas que têm per- favorável a que se governe por reformas, e também lhe cursos de vida e opções ideológicas muito diferentes: são reconheço o direito de discordar e de querer discutir o trotskystas, maoístas, comunistas desiludidos, socialistas sentido das reformas do Governo; simplesmente, há uma zangados, por aí fora… pequena diferença, uma pequena diferença que, apesar de

pequena, é muito grande: com o Governo do Partido O Sr. Fernando Rosas (BE): — Mais ou menos como Socialista, por muito que o senhor discorde das reformas e