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30 DE MAIO DE 2001 37

do seu sentido, poderá sempre discuti-lo; com um governo da direita nesta matéria — insisto —, não somos nós; são da direita o senhor já não tem reformas cujo sentido possa as políticas erradas, aquelas que abandonam os eleitores do discutir e já não tem possibilidade de discutir o sentido das Partido Socialista! São as políticas que abandonam as reformas. pessoas que confiaram no Partido Socialista! As pessoas

que tiveram esperança na esquerda e que estão a ser aban-O Sr. Manuel dos Santos (PS): — Muito bem! donadas por estas políticas! Estas pessoas, de hoje para amanhã, vão votar na política da direita pelo facto de o O Orador: —É uma pequena diferença, mas uma pe- actual Governo não ter conseguido dar-lhes respostas,

quena diferença que um partido da esquerda não deveria satisfazer as suas ansiedades e as suas pretensões! esquecer, porque quando a esquece repete os pecados que O papel da esquerda é alertar para esta situação, e não uma parte da esquerda sempre cometeu com a outra parte e o de calar-se! Esta censura tem este significado! Sabemos que sempre levaram às derrotas de toda a esquerda! distinguir o que é uma coisa e o que é a outra, e é em nome

disto que entendemos dever intervir neste debate da forma Aplausos do PS. como o fazemos. O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra o O Sr. Presidente: —Para uma intervenção, tem a pa-

Sr. Deputado Fernando Rosas, dispondo, para o efeito, de lavra o Sr. Deputado José Barros Moura. 5 minutos.

O Sr. José Barros Moura (PS): — Sr. Presidente, Sr.as O Sr. Fernando Rosas (BE): — Sr. Presidente, em re- e Srs. Deputados: Como alguém disse no já longínquo

lação às questões colocadas pelo Sr. Deputado Strecht século XIX, a política portuguesa já foi uma coisa traduzi-Ribeiro, não sei o que hei-de dizer, porque ele também não da do francês em calão. Muito tempo volvido, pretende perguntou nada. Portanto, não há nada para responder! agora o Bloco de Esquerda transformá-la num remake da Disse que o Governo tinha governado bem, que está tudo política à italiana, não já em calão mas, sim, em linguagem bem na educação, na família… mais politicamente correcta, se não mesmo «radical-

chique», por vezes. O Sr. Strecht Ribeiro (PS): — Está enganado! Risos do PS. O Orador: —Quanto à segurança social, aprovámos a

Lei de Bases da Segurança Social, o problema está exac- O Bloco de Esquerda associou explicitamente a sua tamente na regulamentação. Portanto, aprovámos as bases iniciativa ao recente desfecho das eleições italianas, dizen-desta lei e, agora, vamos discutir a regulamentação, e é aí do pretender extrair delas uma moralidade para a política há que há, de facto, diferentes pontos de vistas! O facto de portuguesa: o governo do PS — Nova Maioria, seria o aprovarmos a Lei de Bases da Segurança Social não signi- governo de centro-esquerda, e o Bloco de Esquerda pre-fica que não discutamos arduamente a sua regulamentação! tenderia desempenhar o papel da Refundação Comunista. Tenha paciência, mas vai ter de ser assim! Tal como em Itália aconteceu, beneficiária da operação

À Sr.ª Deputada Maria Celeste Correia menos ainda seria a direita, mais ou menos «berlusconizada», e só neste tenho para dizer. A senhora não gostou do meu discurso, o ponto há semelhanças: o jogo do radicalismo pseudo-que hei-de fazer? Olhe, são gostos…! Não tenho a preten- esquerdista serve sempre a direita! são de poder agradar-lhe…! Paciência! Não há nada a fazer! A senhora não gostou… para a próxima come me- Vozes do PS: —Muito bem! nos, e acabou-se. Não há problema nenhum!

O Orador: —Que alternativa propõe o Bloco de Es-Protestos do PS. querda quando rompe publicamente as pontes com a parte da esquerda à qual foi buscar a maior parte dos seus votos? Sr. Deputado Manuel Alegre, a questão colocada é a Propõe ele alguma fórmula que assegure a governabilida-

esta: com este Governo pode discutir-se; com um governo de? Não propõe nenhuma, apenas diz ser necessário inter-da direita não pode discutir-se. romper a actividade deste Governo e convocar eleições

gerais; propõe a instabilidade não criadora! O Sr. Manuel Queiró (CDS-PP): — Você acha isso O seu objectivo não é manifestamente promover uma

bem?! política alternativa à que diz ser a do Governo, mais con- forme com a explícita identificação deste com os interesses O Orador: —O problema, do nosso ponto de vista, é dos trabalhadores e das classes médias mas, sim, desgastar

que a política que este Governo está a seguir conduz à politicamente, rarefazer ou, de qualquer modo, enfraquecer entrega do poder à direita. Do ponto de vista da esquerda, a sua base social e o seu eleitorado. Foi, assim, retirando o se não houver a correcção, o combate político e de ideias apoio ao governo Prodi, numa atitude condenada por todo para se obviar a essa deriva, naturalmente o nosso silêncio o movimento sindical italiano, que a Refundação Comu-e a nossa abstenção é que contribuirão para que suceda nista começou o seu trabalho de desgaste, o qual ajudou a aqui o mesmo que sucedeu em Itália. abrir caminho à direita.

Portanto, queremos intervir neste processo em nome Em contraste, quando este papel divisionista não se dos valores da esquerda, em nome da recomposição e da manifestou, como ainda no passado domingo, nas eleições renovação da esquerda, e não contra ela! Quem faz o jogo municipais das principais cidades italianas, as candidaturas