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42 I SÉRIE — NÚMERO 88

e do potencial de inclusão da qualificação profissional. A partir de agora, a formação é um direito inalienável de O Orador: —O actual Governo não tem uma linha, todos os trabalhadores e, para os mais jovens, a oportu- não tem uma estratégia, não tem um projecto e não tem um nidade de trabalho de hoje não será inimiga das oportu- programa; o actual Governo não tem uma linha e o Primei-nidades sociais de amanhã — e o Bloco de Esquerda há- ro-Ministro não tem qualquer convicção. de reconhecê-lo.

Mas, Sr. Presidente e Sr.as e Srs. Deputados, que nin- Vozes do PSD: —Muito bem! guém confunda este breve balanço das prioridades em matéria de política social com uma contemplação auto- O Orador: —É precisamente por isto que temos, em satisfeita do caminho já percorrido. Portugal, um problema; é precisamente por isto que se fala,

Subsistem na sociedade portuguesa problemas que co- no nosso país, numa sensação de pântano; é precisamente nhecemos bem, nomeadamente ao nível das desigualdades por isto que muitos portugueses estão desiludidos e tristes sociais. Temos a consciência, todavia, de que há seis anos com a política e que muitos jovens já não acreditam na havia problemas bem mais graves do que aqueles que política. Foi precisamente por isto que este debate mostrou temos hoje. Para a afirmação do novo modelo social por- hoje que a alternativa a este Governo, a esta política, não tuguês, com mais modernidade e mais coesão, este traba- virá da esquerda, virá de uma alternativa verdadeiramente lho precisa de ser continuado. reformadora, a bem de Portugal.

O nosso esforço não vai, por isso, abrandar. Já este mês foram aperfeiçoadas as prestações familiares, abrangendo Aplausos do PSD. centenas de milhar de crianças de famílias que, vivendo um pouco acima da pobreza, enfrentam significativas ca- O Sr. Manuel dos Santos (PS): — Isso foi um desaba-rências de rendimentos, e também se procedeu a uma subs- fo? tancial actualização dos valores desta prestação.

Para o futuro deixo aqui apenas um novo exemplo: es- O Sr. Presidente: —Srs. Deputados, visto não haver tamos a concluir, num processo que tem sido, aliás, am- mais inscrições, dou por encerrado o debate. plamente participado, um plano nacional de acção para a Assim, para produzir a intervenção de encerramento, inclusão que vai coordenar e sistematizar toda a nossa tem a palavra, em representação do Governo, o Sr. Primei-actuação em matéria de promoção da inclusão. Assumi- ro-Ministro, que dispõe, para o efeito, de 10 minutos. mos, aqui, uma nova meta ambiciosa de redução da pobre- za, a de que a pobreza, cuja taxa era, em Portugal, pelos O Sr. Primeiro-Ministro: —Sr. Presidente, Srs. termos europeus, de 23% em 1995, seja reduzida para a Deputados: Tinha pensado mesmo não usar da palavra, na média europeia de 17% até 2005. medida em que me parece que o debate foi inteiramente

Nós sabemos e os portugueses sabem que este trabalho esclarecedor. Mas, como essa atitude poderia ser interpre-precisa de ser continuado por um governo de esquerda, por tada como de menos respeito para com o Bloco de Esquer-um governo do PS. da, entendi dizer algumas palavras finais.

Em primeiro lugar, devo dizer-vos que esta última in-Aplausos do PS. tervenção do Deputado Durão Barroso revela que há uma afinidade de radicalismo verbal entre o PSD e o Bloco de O Sr. Presidente: —Também para uma intervenção, Esquerda que não pode deixar de nos causar o maior inte-

tem a palavra o Sr. Deputado Durão Barroso. resse e que é, porventura, um facto novo na vida política portuguesa. O Sr. Durão Barroso (PSD): — Sr. Presidente, Srs.

Deputados: A concluir este debate, entre o Bloco de Es- Aplausos do PS. querda, o Partido Socialista e o Governo, que terá deixado algumas dúvidas em alguns portugueses que o terão segui- Penso que, quer no PSD quer no Bloco de Esquerda, do, sobretudo quem é de esquerda, quero mostrar grande definitivamente, triunfou a linha vermelha,… generosidade. Por isso, contrariamente ao que é normal num debate político, darei razão a ambos; dou razão ao Risos do PS. Bloco de Esquerda e dou razão ao Governo e ao Partido Socialista. O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Laranja!

O Bloco de Esquerda diz que o Governo não é real- mente de esquerda, e tem razão; o Governo defende-se e O Orador: —… o que não deixa de ser extremamente diz que não é de direita, e tem razão. Este é precisamente o interessante para o debate político em Portugal. problema!… Não gostaria de deixar sem uma resposta, breve, aquilo

que me parece a manobra mistificadora do Bloco de Es-Vozes do PSD: —Muito bem! querda, caricaturando uma situação inexistente para con- denar o Governo do Partido Socialista. O Orador: —É que o actual Governo não é nem de Aparentemente, este seria um país em que o desempre-

esquerda, nem de direita, nem de coisa nenhuma. go e a precariedade do emprego estariam a aumentar e o poder de compra a baixar. Não é verdade! Todos os indi-Vozes do PSD: —Muito bem! cadores são no sentido de que, clarissimamente, nos últi-