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8 I SÉRIE — NÚMERO 88

tuguesa se arrasta, consumida em divisões e sem qualquer fizesse quanto antes. projecto que a relance. Teria sido tempo de o Governo se confrontar com as

Escusa o Sr. Primeiro-Ministro de culpar terceiros. suas responsabilidades e propostas ante os eleitores e de as várias oposições também o fazerem. O Sr. Sílvio Rui Cervan (CDS-PP): — Ó diabo! Sr. Presidente, o Bloco de Esquerda censura o Gover-no, porque este nem quer provocar, por via de um acordo O Orador: —São ex-ministros seus alguns dos princi- parlamentar à esquerda ou à direita, um fôlego pelo menos

pais críticos deste Governo. São Deputados do seu partido clarificador, nem tem coragem para apresentar uma moção alguns dos principais críticos da política governamental. de confiança.

Vejam-se, mais uma vez, as reflexões interessantíssi- É inútil, Sr.as e Srs. Deputados, enredar este debate em mas de Vasco Vieira de Almeida… politiquice ou reduzir o Parlamento a um salão de estilos.

Lá fora, todos o sabemos, a abstenção cresce, e ninguém se O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Aí está um operário! entusiasmará com floreados de palavras ou jogos de salão. O Governo merece censura? Merece, e por isso o Blo-O Orador: —… quando diz que «o centro ou traduz a co de Esquerda, independentemente das posições dos

ausência de ideias ou as piores ideias» e que «É absoluta- outros partidos, tomou esta iniciativa e dela assume a plena mente necessário que os partidos se distingam claramente responsabilidade. porque a indiferenciação enfraquece». E diremos, até, que Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a censura vale já estivemos mais longe de assistir a ministros no activo pelas suas razões. Não nos movem hostilidades pessoais. que sustentam a sua política às segundas, quartas e sextas e Para isso chega o Partido Socialista. a criticam às terças, quintas e sábados, sobrando, talvez, o O Bloco expõe-se? Expõe. Avança com a censura sem domingo para reflexões mais íntimas. previamente cuidar de quem a possa apoiar? Avança. Por-

que estamos convencidos de que quem está cada vez mais O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — É o dia do Senhor! só é o Governo e não aqueles que têm a frontalidade de dizer «acabou o tempo», «é tempo de virar a página», mais O Orador: —O País tem o direito de saber o que vem do mesmo é que não.

aí, tem o direito de saber se um novo Orçamento do género Sr. Presidente, o Bloco expõe-se. Tão legitimamente do queijo «Limiano» está ou não a ser negociado… como procura, nesta Sala, e procurará sempre, aprovar leis

que melhorem e transformem a vida dos portugueses. Por O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Deve estar! isso tomou a responsabilidade de censurar o Governo. Pomos o dedo na ferida, o problema do País, entenda-O Orador: —… e que esse negócio é desprestigiante mo-nos, começa no próprio Governo.

para a democracia, é degradante para a política, e que é o Negue o Governo, se puder, as razões da nossa censu-sinal de que tudo fica na mesma. Não tinha sido isso que ra. nos tinham prometido.

Ferro Rodrigues pedira eleições se estas fossem a alter- Aplausos do BE. nativa a uma situação de degradação: «Embora sendo mau do ponto de vista de fundo, [as eleições] do ponto de vista O Sr. Presidente: —Para pedir esclarecimentos ao Sr. prático, podem ser melhores que uma solução de arrasta- Deputado Luís Fazenda, inscreveram-se os Srs. Deputados mento.» António Capucho, Francisco de Assis e Basílio Horta.

Jorge Coelho indignava-se em 19 de Abril contra a hi- Antes de dar a palavra ao Sr. Primeiro-Ministro para pótese de um novo queijo «Limiano», dizendo que o PS intervir no período de abertura do debate, informo que não pode «abdicar de valores e princípios para viabilizar o temos a assistir aos trabalhos, continuando a dar-nos a Orçamento» e que nesse caso, «então, não teria nada con- alegria correspondente, mais um numeroso grupo de estu-tra eleições antecipadas que fizessem uma clarificação.» dantes das nossas escolas. Dizia dias depois, a 4 de Maio, que «[a solução limiana] Assim, temos presente um grupo de 63 alunos da Esco-não é uma boa solução. Não é esta a forma normal de la Tecnológica, Artística e Profissional de Pombal, um funcionamento do sistema político.» grupo de 76 alunos da EB 2,3 de Pedrouços e um grupo de

Ora aqui está. Medimos as políticas pelas palavras e 26 alunos da Escola Profissional da Serra da Estrela. pelas acções. O Governo merece a maior das censuras: não Para todos peço a habitual saudação. aprendeu nada com a entorse buraco antidemocrática que o Orçamento para 2001 representou. Porque consagrou polí- Aplausos gerais, de pé. ticas incompetentes. Porque se escusou às reformas. Por- que ficar a meio caminho é não ir a lugar nenhum. Para uma intervenção, no período de abertura do debate

O momento da censura é este, porque é claro que o da moção de censura, tem a palavra o Sr. Primeiro-Governo não tenciona arrepiar caminho e que nada mais Ministro. há a esperar senão revisões da matéria dada. E não é disto que o País precisa. O Sr. Primeiro-Ministro (António Guterres): — Sr.

À progressão inexorável da desconfiança no Estado, Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A moção de censura que nos serviços públicos e na própria política, preferiríamos hoje nos é apresentada baseia-se numa contradição e num que a palavra fosse devolvida aos portugueses e que tal se equívoco.