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15 DE JUNHO DE 2001 7

Ministro a fazer verdadeiras opções, a não se fazer tudo Vozes do PSD: —Muito bem! aquilo que as pessoas pediam, a não se fazer tudo ao mes- mo tempo, se o País não tiver capacidade para tal. A Oradora: —Ó Sr. Primeiro-Ministro, eu não vejo

nenhum mal em fazer hipotecas, em contrair um emprésti- Vozes do PSD: —Muito bem! mo para comprar uma casa. Não vejo mal nenhum nisso! Aquilo em que vejo mal é como se vai arranjar dinheiro A Oradora: —Não percebo, Sr. Primeiro-Ministro, para pagar a hipoteca, porque, se eu não tiver dinheiro para como é possível que um País, com a produtividade que o pagar a hipoteca, então, nesse caso, já acho mal. nosso tem, possa pensar que vai resolver este problema nos

E é exactamente isto o que está a fazer-se! Estamos a próximos anos, e eu estou a pensar apenas em 2007. O hipotecar de tal forma o País que, se surgir qualquer pro- senhor não vai ser capaz de me responder (e não vai ser blema (e até pode não ter!), não conseguimos pagar os capaz, porque não o poderia fazer, legitimamente), qual vai encargos que estão a ser contraídos. ser a posição do País em 2020, em 2030, altura em que

ainda não pagámos o que estamos, neste momento, a fazer O Sr. António Capucho (PSD): — Muito bem! e cuja obra acaba em 2006. Esse é o problema grave! Se os senhores estivessem a preparar um plano de in-A Oradora: —Ó Sr. Primeiro-Ministro, o senhor per- vestimentos cuja obra se prolongasse durante os 30 anos,

guntar-me-á: «tem alguma coisa contra o pagamento a ainda poderia ser aceitável. Só que não é isso. A partir de prestações?». E eu respondo: «não, não tenho nenhum 2006, este dinheiro é simplesmente despesa corrente, é problema em fazer pagamentos a prestações, desde que eu amortização, não é investimento! Esse é o grande pro-não arranje tantas prestações que, a certa altura, o meu blema. ordenado não dê sequer para pagar as prestações». Porque, Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do neste caso, evidentemente, já considero mal! Governo, Srs. Deputados: Teria preferido que não tivesse

Portanto, «Sr. Problema»… havido necessidade desta interpelação. Gostaria bem de ter vindo aqui dizer que há seis anos que estava enganada. Risos do PSD e do CDS-PP. Mas, infelizmente, o que vim aqui dizer é que o vosso mandato não foi apenas mau. O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — «Sr. Problema»,

não! «Sr. Primeiro-problema»! O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Foi péssimo! A Oradora: —Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, o pro- A Oradora: —Vim dizer que as consequências deste

blema das SCUT é exactamente este! mau mandato vão perdurar durante muitos anos, porque O senhor perguntar-me-á: «tem alguma coisa contra as vamos ter de pagar tudo isto durante muito tempo.

SCUT?». Não, não tenho! Há muitos países que o fazem, pelo que não vejo motivo para que também nós não pos- O Sr. António Capucho (PSD): — Muito bem! samos socorrer-nos desse expediente. Mas já vejo, eviden- temente, o motivo da proliferação. Se os senhores me dis- A Oradora: —O que os senhores têm andado a distri-sessem que estavam a fazer uma ou duas ou três, se calhar, buir não são dádivas, são custos a cobrar num futuro muito podíamos ver se tínhamos ou não capacidade para o fazer, próximo. Porque é evidente que tudo tem um preço, que e nada teria contra isso. tudo se paga. Se não pagamos agora, os nossos filhos o

Agora, quando os senhores arranjam um encargo pelo farão mais tarde. É a herança que os senhores lhes deixam. qual, percebo, ficaremos não só hipotecados como sem Disso já ninguém se livra. capacidade para pagarmos a hipoteca, neste caso, obvia- mente, Sr. Primeiro-Ministro, entendo que o Governo tem Protestos do PS. obrigação de ponderar. Repito, tem obrigação de ponderar!

Dir-me-á o senhor, com certeza: «bom, os senhores não Mas o que é mais triste é que não se está a falar de fizeram as estradas, absolutamente essencial para o desen- uma inevitabilidade. O País não está condenado a avan-volvimento do País, e agora somos nós que temos de as çar no caminho do progresso. O que é revoltante é não se fazer» ter aproveitado uma oportunidade de desenvolvimento

que estava ao nosso alcance. O que é lamentável é que Vozes do PS: —Isso é verdade! estejamos perante uma oportunidade única, ingloriamen- te perdida. A Oradora: —É verdade, Sr. Primeiro-Ministro, não

fizemos tudo o que devíamos! E não fizemos tudo o que O Sr. Presidente: —Terminou o tempo de que dispu-devíamos porque o PSD sempre teve um tique peculiar, nha, Sr.ª Deputada. que eu acho que é uma característica do Partido Social Democrata: é que sempre teve a mania de pagar o que O Sr. António Capucho (PSD): — Mas ainda faltam 2 fazia. minutos, Sr. Presidente!

Aplausos do PSD. A Oradora: —Depois de 6 anos de inacção, não há outra solução senão tomar medidas. Vão ser difíceis, sim! É realmente uma mania, que levou o Sr. Primeiro- É por isso que os senhores me desafiam a dizer o que