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10 I SÉRIE — NÚMERO 96

mérito do PSD.» No entanto, como a Sr.ª Deputada não mudou de cassete, eu também não o posso fazer e vejo-me, O Sr. Presidente: —Terminou o tempo de que dispu-por isso, obrigado a utilizar a minha cassete para a sua! nha, Sr. Deputado!

Sr. Deputado Durão Barroso, também não posso gen- tilmente reconhecer o mérito do PSD porque não encontrei O Orador: —Sr. Presidente, dá-me 15 segundos? aqui nada,…

O Sr. Presidente: —Que remédio! Se o Sr. Deputado O Sr. António Abelha (PSD): — Faltavam-lhe os ócu- não se calar, o que é que hei-de fazer?

los! Risos. O Orador: —… a não ser um diagnóstico, em muitos

casos contraditório, porque os senhores querem «sol na O Orador: —Queria apenas dar um pequeno conselho eira e chuva no nabal», querem corte de despesa e benefí- à Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite. É que a Sr.ª Depu-cios. tada não pôs bem a questão dos seus filhos, porque o pro-

blema não se põe em termos de «isto ou aquilo» mas, sim, Vozes do PSD: —Contraditório?! em termos de conseguir ter força, audácia e vontade para dar tudo. Nós também não podemos sacrificar a geração O Orador: —Exactamente! É o que está neste docu- presente às gerações futuras e por isso é que pensamos que

mento que me foi entregue! E é por isso que não posso é possível, com equilíbrio e moderação, dar satisfação à gentilmente reconhecer o mérito da vossa política. geração actual e à geração futura.

Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, V. Ex.ª iniciou o seu discurso dizendo que nós lhe chamámos profeta da Aplausos do PS. desgraça e, não sei se reparou nisso, olhou instintivamente para a minha bancada. Eu até julguei que era para mim, O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra a mas eu, normalmente, chamo-lhe Cassandra, que é uma Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite. expressão mais simpática! A verdade, no entanto, é que a Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, que fala do que sabe A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Sr. Presi-e que sabe do que fala – sobre isso não tenho qualquer dente, Sr. Deputado Manuel dos Santos, V. Ex.ª, tal como dúvida –, nos últimos anos, ainda não acertou em nenhuma o Sr. Ministro, tem tido tendência para explicar os desacer-das suas previsões! tos da política económica baseando-se em aspectos conjun-

turais. Como tal, fiquei agora a perceber, nomeadamente O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Então, é o senhor pelas palavras do Sr. Ministro, que, por exemplo, o nosso

que não sabe do que ela fala! défice externo está relacionado com situações evolutivas da economia americana. O Orador: —Não, Sr. Deputado Paulo Portas! As pre-

visões em economia e em finanças são coisas que não têm O Sr. Manuel dos Santos (PS): — Não ouvi isso! necessariamente de ser como V. Ex.ª imagina. São previ- sões, estão relacionadas com o que se prevê! Percebe?! A Oradora: —E fiquei a saber que o défice do siste-

Ora, a Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite só pode ter ma de saúde está relacionado com situações conjunturais razão quando acertar nalguma previsão. A Sr.ª Deputada na Europa e nos Estados Unidos. disse que não era possível atingir o pleno emprego em Ó Sr. Deputado Manuel dos Santos, não foi sobre nada Portugal e nós estamos no pleno emprego. Disse que os disso que estivemos a falar! Nós estivemos a falar na nossa salários reais e que o rendimento disponível das famílias política, nas consequências presentes da política que temos não cresceria em termos reais ao longo destes anos todos e seguido e não de acertos que, em termos conjunturais, o rendimento disponível das famílias cresceu. A Sr.ª Depu- podem ter de ser feitos num ou noutro momento. O senhor tada disse que a economia portuguesa não cresceria ao vai convencer-me de que situação da nossa Bolsa em Lis-ritmo que o Governo tinha previsto e disse, em relação ao boa e da Bolsa de Madrid está relacionada com a situação ano passado, que a economia não cresceria 3,3%. Aqui dos Estados Unidos? O senhor vai convencer-me de que o acertou! É que a economia não cresceu 3,3% mas, sim, que tem acontecido no mercado de capitais está relaciona-3,4%, visto que a última correcção lhe deu mais uma dé- do com a conjuntura internacional? Então, isso ataca-nos a cima. A Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite não tem, nós e não ataca Madrid? Ó Sr. Deputado, vamos tentar ver portanto, acertado, mas pode acertar no futuro. Há-de se nos conseguimos entender, porque não é disso que es-haver um dia em que vai acertar e nessa altura sei que dirá tamos a falar! Nós estamos a falar da política económica «Estão a ver como eu tinha razão?». deste Governo, estamos a falar das consequências das

Mas agora até não é tão difícil acertar, porque, confor- políticas que têm sido seguidas e os senhores respondem me lhe disse o Sr. Ministro das Finanças e como eu próprio dando um «tiro para o lado», dizendo que à economia procurarei explicar na minha intervenção, a situação que acontece não sei o quê e que à despesa pública não sei que temos neste momento e que nos permite fazer novas previ- mais. sões – a nós, à Comissão Europeia, ao FMI e à OCDE –, é Para além disto, ainda ouvi – coisa absolutamente ex-completamente diferente da situação que existia no início traordinária – o Sr. Ministro dizer que com um Orçamento do ano, quando se determinou a política orçamental. rectificativo reorienta a política. Com um Orçamento recti-