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0323 | I Série - Número 007 | 03 de Outubro de 2003

 

detrimento dos estrangeiros, o que pretende é arranjar um novo bode expiatório para o desemprego: agora, a culpa é dos imigrantes!

Aplausos do PS.

Risos do PSD e do CDS-PP.

É preciso dizer, com clareza, que esta é uma ideia falsa. Mais: esta ideia é, sobretudo, uma ideia perigosa.

O Sr. José Magalhães (PS): - Muito bem!

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): - Já cá faltava essa!

O Orador: - E são ideias destas, Srs. Deputados, que vão fazendo as achas da fogueira daquilo que é a intolerância, a xenofobia e a discriminação.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): - Isso é lamentável!

O Orador: - Não, Sr. Presidente e Srs. Deputados, a razão para o desemprego é outra: o desemprego aumenta porque a economia se afunda. E aqui, Sr. Primeiro-Ministro, mais uma vez, temos muito que conversar.
Portugal ainda há um ano e meio crescia acima da média europeia. Hoje, Portugal é o país da Europa em pior situação económica.

O Sr. José Magalhães (PS): - Agora não se riem!

O Orador: - Somos o único país da União Europeia que está em recessão técnica. Ouviram bem, Srs. Deputados! Somos o único país da União Europeia em recessão técnica!
Somos, aliás, o único país da Europa com quatro trimestres consecutivos de crescimento homólogo negativo. Em nenhum outro país isto aconteceu!
Somos o país da Europa onde o investimento mais caiu. Vamos no quinto trimestre consecutivo com o investimento público e privado a baixar. A confiança na nossa economia atingiu, já este ano, níveis mínimos verdadeiramente históricos.
Crescimento, investimento, confiança, tudo parece afundar-se nos gráficos…
Não, Sr. Primeiro-Ministro! Isto não está a correr bem! É preciso dizer a verdade: isto não está a correr mesmo nada bem!!
Em qualquer país, esta situação há muito que teria feito soar as campainhas de alarme. Aqui, em Portugal, lamentavelmente, a única reacção do Governo tem sido procurar desculpas e teimar nos erros. Não é boa atitude!

Aplausos do PS.

É bem verdade, Sr. Primeiro-Ministro, que, quando estamos no caminho certo, não o devemos abandonar apenas porque surgem dificuldades.

Risos do PSD.

Mas sucede que os caminhos certos são os caminhos que nos levam a bons resultados. É assim que se avaliam as políticas: com base nos resultados.

O Sr. António Costa (PS): - Muito bem!

O Orador: - E, quando o caminho nos leva a resultados tão maus quantos os que a economia nacional já apresenta, quando o caminho nos leva a resultados económicos que são os piores da União Europeia, quando o seu caminho, Sr. Primeiro-Ministro, atira tantos portugueses para o desemprego, é preciso ter a lucidez para reconhecer o engano, porque persistir no erro é voltar a errar.

Aplausos do PS.

Um Primeiro-Ministro que persiste num caminho que é tão errado quanto desastroso não revela coragem mas, sim, teimosia.