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0327 | I Série - Número 007 | 03 de Outubro de 2003

 

O Orador: - … só essa razão explica os atrasos absolutamente irresponsáveis na utilização dos fundos comunitários, em particular, na economia, no ambiente e nas obras públicas; e só essa razão explica o caos em que caíram os serviços de fiscalização do Estado em áreas vitais como a segurança alimentar ou a segurança das obras públicas.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Não, Sr. Primeiro-Ministro, isto não lhe está a correr bem, isto não lhe está a correr mesmo nada bem!!
Srs. Deputados, numa economia de mercado moderna o Governo não está dispensado de ter uma boa política económica.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o seu tempo esgotou-se, por isso tenha a bondade de concluir.

O Orador: - Vou já terminar, Sr. Presidente.
O que se espera dos governos, para governarem bem, é que saibam olhar para lá das conjunturas. Nós não podemos permitir que um governo não tenha uma visão de futuro.
Sr. Primeiro-Ministro, não era isto que os portugueses esperavam de si. E não era isto que esperavam porque não foi isto que o senhor lhes prometeu na campanha eleitoral.
Se há uma coisa clara para os portugueses é que estamos pior do que estávamos antes.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Para um País em crise o seu "Portugal em acção" soa a piada de mau gosto.
A verdade, Sr. Primeiro-Ministro, é que isto não lhe está a correr bem e não lhe está a correr mesmo nada bem!!
E a História está cheia de governantes que só compreenderam os seus erros demasiado tarde.

Aplausos e risos do PSD e do CDS-PP.

Não sei se compreenderam bem a quê é que estão a bater palmas.
Eu vou concluir, dizendo que é essa razão, os governantes compreenderem os seus erros demasiado tarde,…

Aplausos e risos do PSD e do CDS-PP.

… que explica o sucesso de algumas "memórias políticas" que para aí se andam a escrever.
Acontece que os portugueses já compreenderam como as coisas estão mal. Agora é consigo, Sr. Primeiro-Ministro. A dúvida está em saber se os vai compreender já ou se só os vai compreender tarde demais.

Aplausos do PS, de pé.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra, em nome do Governo, a Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças.

A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças (Manuela Ferreira Leite): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Ministros, Srs. Deputados: Quero começar por agradecer ao Partido Socialista esta inesperada oportunidade que deu ao Governo para, mais uma vez, mostrar publicamente que está no bom caminho.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. José Magalhães (PS): - Deve ser do fim!

A Oradora: - E quero agradecer também o facto de ser simultaneamente uma oportunidade para confirmar, tal como há alguns meses atrás, a lamentável forma como o Partido Socialista faz oposição: uma oposição demagógica, sem memória e irresponsável!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PS.

De resto, se alguma dúvida houvesse, hoje, aqui, sobre a seriedade de uma discussão sobre política económica, essa dúvida ficaria desfeita pelo facto de esta interpelação ao Governo ser protagonizada não por algum dos economistas da bancada do Partido Socialista mas pelo Deputado José Sócrates.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.