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1614 | I Série - Número 028 | 05 de Dezembro de 2003

 

lhes deram foi uma ilusão, não um projecto de futuro.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Temos de ser também exigentes noutras áreas. Temos de ser exigentes na educação e perceber que perdemos muitos anos em termos de competitividade na educação em Portugal. Só agora, à última da hora, estamos a convergir com o Processo de Bolonha, a convergir, em termos de ensino superior, para o nível da União Europeia.
Os nossos jovens - isto acontecia até há pouco tempo, mas continua ainda a verificar-se - estudam mais um ano no ensino superior do que a média dos seus colegas da União Europeia e têm uma preparação normalmente mais teórica, ou seja, chegam mais tarde e menos preparados ao mercado de trabalho do que os seus colegas da União Europeia. É inaceitável que isto continue a ser assim, pelo que aceitamos o esforço de também participarmos no aumento da qualidade do ensino superior em Portugal.
Apostar tudo é também ser exigente com um Governo que, na área da educação, não pode render-se ao materialismo e, portanto, sabe que é uma prioridade mudar os manuais escolares das escolas portuguesas, independentemente de quaisquer compromissos que tenham sido assumidos, de quaisquer acordos que existam com as editoras dos manuais escolares. A educação das futuras gerações de portugueses é muito mais importante do que qualquer um desses critérios. Ser corajoso é também colocar à frente desse mesmo materialismo a ideia de que temos de apostar na educação dos nossos mais jovens.
Temos também de ser exigentes quando nos posicionamos em relação à realidade internacional, quando estamos num processo decisivo ao nível europeu. Trata-se de um processo exigente, tanto do ponto de vista do alargamento, quando se juntam a nós 10 novos Estados, como também do ponto de vista institucional, quando fazemos, finalmente, a grande reforma institucional da União Europeia.
Temos de saber qual é o papel de Portugal em relação a estes países. O papel de Portugal tem de ser o de não se deixar ultrapassar por aqueles que agora entram, que promoveram as reformas necessárias a entrar num estado de competitividade que, em muitas áreas, ainda não temos. Temos de acelerar o processo de reformas para que estejamos em condições de competir com eles.
Do ponto de vista institucional temos também de ser sérios. Não vale a pena ser eurocéptico por ser eurocéptico ou ser euro-optimista por não querer ver a realidade. É preciso sermos euroconscientes, sabermos o que está em causa, estarmos por dentro das discussões mas sabermos fazer valer os nossos pontos de vista. É por isso que temos de ser capazes de defender sempre, e até à última instância, a prevalência dos valores da Constituição, da construção do Estado português, contra um qualquer tipo de imposição que venha da União Europeia. Mas não devemos fazê-lo de uma forma demagógica, não é tentando pôr a letra de tratados contra a Constituição, não é tentando promover referendos sem saber o que se vai perguntar ou, pior ainda, perguntando coisas que não fazem sentido. Não é assim que se defende o interesse de Portugal, assim fragiliza-se o interesse de Portugal!
É preciso estar por dentro da discussão e, no seu final, termos a coragem de perguntar aos portugueses qual é a sua posição. É esta a postura de juventude que defendemos para os próximos dois anos, uma postura de assunção de responsabilidades, de aceitação de desafios e, acima de tudo, de exigência para com quem governa Portugal.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Nuno Sá.

O Sr. Jorge Nuno Sá (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, em primeiro lugar, não posso deixar de saudá-lo pela sua eleição para um mandato de dois anos como Presidente da Juventude Popular num dia tão significativo para todos nós, da maioria, em que se assinala a data em que dois grandes homens morreram, o que ainda hoje tentamos explicar.
O Sr. Deputado citou a frase de Adelino Amaro da Costa "a juventude não está instalada". Na JSD também gostamos muito de citar uma frase de Francisco Sá Carneiro, quando disse que "a juventude tem de ser a consciência crítica". Esta frase reflecte muito aquilo que aconteceu no vosso Congresso e o que acontece nas juventudes partidárias da maioria: continuamos a acreditar no ser humano, continuamos com uma nova forma de fazer política, não nos demitindo da nossa função, ao contrário de outros, que usam a política do pedido de demissão para marcar a sua agenda.
Continuamos a acreditar nessa frase, é um exemplo que seguimos para o futuro. Não estamos instalados, não estamos acomodados, continuamos a ter as nossas referências, os nossos valores e as nossas posições; continuamos inconformados, irreverentes e não acomodados. É esse o exemplo que temos de seguir de dois grandes líderes que foram Adelino Amaro da Costa e Francisco Sá Carneiro.