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4062 | I Série - Número 075 | 16 de Abril de 2004

 

Risos do PCP.

Com estes argumentos, os defensores da guerra e da permanência da ocupação militar do Iraque, as tais pessoas sensatas de que fala o Ministro Figueiredo Lopes, continuam a fazer assentar as suas opções na base das meras suposições, mesmo depois de todas as suposições anteriores se terem revelado completamente infundadas.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Os Estados Unidos e os seus parceiros de coligação invadiram o Iraque porque diziam supor que houvesse lá armas de destruição em massa. Suposição falsa.
Supunham que, atacando e ocupando o Iraque, iriam reduzir a ameaça terrorista. Como tragicamente se vê, suposição falsa.
Supunham que os invasores iriam ser recebidos como libertadores. Suposição falsa.
Supunham que iriam pacificar e estabilizar o Iraque. Suposição falsa.
Supunham, ou diziam supor, que iriam implantar a democracia no Iraque. Suposição falsa, porque, como muito bem se sabe, a democracia não se impõe à bomba nem à custa do massacre das populações.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Supunham que a guerra do Iraque iria ter repercussões positivas na resolução do conflito israelo-palestiniano.

O Sr. José Magalhães (PS): - Como se vê!

O Orador: - Suposição falsa, como se viu ainda ontem, quando Bush e Sharon rasgaram publicamente o roteiro para a paz.
Apesar de falhadas todas as suposições, o Governo quer que Portugal mantenha a sua presença militar no Iraque, supondo que se assim não fosse as coisas poderiam ficar ainda pior. E em que se baseia essa suposição? Obviamente, em nada!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados , basta ler a imprensa norte-americana e as insistentes comparações que vão sendo feitas entre a guerra do Iraque e a do Vietname, basta dar um pouco de atenção ao que pensam os cidadãos comuns, a opinião pública, dos países beligerantes, basta olhar para a realidade sem ideias pré-fabricadas para ter de reconhecer que a guerra do Iraque foi, e é, um gigantesco atoleiro para todos os que quiseram deixar-se atolar.
Ninguém sabe como tudo isto vai acabar. E o Governo português, que, ao contrário de alguns dos seus parceiros europeus que não embarcaram nesta aventura e que só têm de congratular-se com isso, se deixou envolver no atoleiro do Iraque, em vez de fazer uma reflexão serena sobre todo o processo, de reconhecer os seus erros e de arrepiar caminho, continua a seguir, de forma acéfala, as posições irresponsáveis das autoridades norte-americanas e a ensaiar novas fugas para a frente na base de slogans mais que desacreditados.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): - É fabuloso!…

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados, no mesmo dia - o dia de hoje - em que é reafirmada em Espanha, pelo futuro primeiro-ministro, a retirada das suas tropas em 30 de Junho, anuncia-se em Portugal o possível envio de tropas precisamente a partir dessa data se a situação se agravar.

Vozes do CDS-PP: - Se!

O Orador: - Ou seja, o Governo português insiste em manter uma atitude de seguidismo em relação aos Estados Unidos, recusa-se a encarar a realidade e a assumir a única posição realista e responsável: reequacionar a presença de Portugal no Iraque e decidir, como o povo português maioritariamente deseja, o regresso quanto antes das forças da GNR que neste momento participam na ocupação desse país.