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4490 | I Série - Número 082 | 30 de Abril de 2004

 

É que deixou de haver o direito à informação, como deixou de haver o direito à saúde, sem ser a pagar.
Mas em boa hora o Partido Socialista promoveu hoje, aqui, este debate sobre a saúde. V. Ex.ª não conseguiu abandonar o seu registo da propaganda e da autoproclamação dos seus sucessos mas, pelo menos, quando vem aqui, à Assembleia, não gasta o dinheiro dos contribuintes, como sucede quando paga páginas inteiras de jornal para divulgar apenas os seus números, que mais ninguém conhece.

Aplausos do PS.

V. Ex.ª farta-se de gastar milhões de euros dos contribuintes portugueses para os tentar convencer de que está a poupar. É extremamente curioso!
Mas, de facto, Sr. Ministro, os seus números nada dizem ao Partido Socialista e, infelizmente, também nada dizem aos portugueses. Não estão validados, não são conhecidos, têm a mesma credibilidade que tiveram afirmações suas, aqui, nesta Casa, como a da tentativa de manipulação do número de mortos pela vaga de calor do Verão passado,…

O Sr. António José Seguro (PS): - Bem lembrado!

O Orador: - … em que V. Ex.ª terminou, olimpicamente, falando em quatro. Quem não se lembra?! Quatro! Tentativa descarada de manipulação da informação e dos números!

Aplausos do PS.

O mesmo se diga em relação a casos concretos, como o que aconteceu no hospital de Viseu e que foi aqui denunciado por mim. Refiro-me ao caso do famoso Sr. Vítor, que foi deixado em pijama, algaliado e a sangrar, à porta do hospital de Viseu. V. Ex.ª disse que nada disso era verdade, que tudo funcionava bem no hospital de Viseu mas, passado pouco mais de um mês, houve um pedido de demissão do director clínico, pediram a demissão os directores de serviços e V. Ex.ª acabou por pôr fora do hospital de Viseu toda a administração. Afinal, tudo estava bem mas tudo mudou, e vamos ver se para melhor, se para pior, porque o hospital de Viseu já vai na terceira ou quarta administração.
Sr. Ministro da Saúde, V. Ex.ª anuncia mas não mostra e promete mas não cumpre. Tal é o caso das listas de espera. O Sr. Ministro, passados dois anos, não resolveu os 123 000 casos da primeira lista mas apresenta-nos, agora, uma segunda lista, com 150 000 novos casos.

O Sr. António José Seguro (PS): - Um escândalo!

O Orador: - Um parêntesis apenas, para lhe perguntar o seguinte: o que aconteceu às 20 500 pessoas que, tendo sido chamadas para intervenções no sector social e privado, não compareceram? E, já agora, não houve também faltas de comparência nos serviços públicos? Onde é que estão esses números? Não estão em lado algum! O que é que lhes aconteceu? Uma certeza: essas pessoas, não tendo comparecido, foram, automaticamente, transportadas para a nova lista de espera, com um tempo de espera a começar, novamente, a contar do zero. Portanto, não são casos resolvidos, são, claramente, casos escondidos por V. Ex.ª.

Aplausos do PS.

Sobre a questão dos cinco anos e meio de espera da anterior lista, Sr. Ministro, tenho aqui vários números. Os dados que tenho do IPO do Porto, entre Maio de 2001 e Abril de 2002, indicam que o tempo de espera médio foi reduzido de 180 dias para 71 dias, ou seja, dois meses e meio. Tenho dados do Hospital de Santo António, segundo os quais o tempo de espera médio, de todos os tipos de patologias e intervenções, era de sete meses e meio. Tenho números de outros hospitais, que apontam entre os quatro e cinco meses de espera para intervenção cirúrgica. É verdade que havia situações de espera mais longas. Mas cinco anos e meio, em média, de espera para 123 000 pessoas, Sr. Ministro?! Nem os seus Secretários de Estado acreditam em si! Não é possível! Não é possível! É mais uma das falsidades que V. Ex.ª vai propagandeando!

Aplausos do PS.