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5296 | I Série - Número 097 | 18 de Junho de 2004

 

resultados. Ora, deste ponto de vista, há um dado inequívoco e que nenhum analista que se queira de boa fé poderá ignorar: na União Europeia perderam as eleições todos os partidos integrantes do Governo dos respectivos países, apenas com excepção para os recentemente eleitos e de que é exemplo o Governo da vizinha Espanha, sendo que penalizados foram não só os partidos integrantes dos Governos apoiantes mas também dos Governos opositores à recente intervenção militar no Iraque, o que também demonstra bem que a decisão por esta intervenção militar, ou pela falta dela, não pode ter sido factor que tenha motivado a intenção de voto.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Basta lembrar, a este propósito, a derrota do partido alemão SPD ou do partido francês UMP para perceber a relevância, ou a falta dela, no caso concreto, da intervenção militar.
Há por isso, então, que encontrar um denominador comum a todos os países que verificaram esta realidade após a contagem dos votos. E há um único denominador comum em todos estes países e esse denominador comum tem um nome: economia.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Daí que, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, na circunstância conjuntural económica, vejam o resultado quer dos partidos vencedores quer daqueles que igual vitória não conseguiram. Um pouco por toda a Europa, os respectivos Governos tiveram de combater uma conjuntura económica desfavorável na base de medidas necessárias, é certo, muito necessárias, mas impopulares.
Face à impopularidade e à duração destas medidas, quiseram alguns eleitores, por seu lado, legitimamente dar um sinal, um sinal dado em toda a Europa e de que Portugal não foi excepção.
De resto, devo dizê-lo, estou convencido de que a maioria tinha plena consciência desta realidade, como tem hoje também consciência de uma outra realidade, que é a da fidelidade do seu eleitorado, que, é certo, não tendo votado na coligação de forma tão expressiva, ainda assim, não transferiu o seu voto para a esquerda, que não teve aumento equivalente, nem de longe nem de perto.

O Sr. Álvaro Castello-Branco (CDS-PP): - Uma grande verdade!

O Orador: - Por essa razão, a diminuição dos votos na maioria não teve reflexo em qualquer aumento expressivo de votos, desde logo no Partido Socialista.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Numa primeira fase do mandato conferido nas últimas eleições legislativas, houve, todos o sabemos, que pedir sacrifícios aos portugueses para que fosse possível superar uma conjuntura internacional desfavorável, para que fosse possível corrigir erros passados, para que fosse possível devolver normalidade às finanças públicas e criar as condições para o crescimento e para o aumento da produtividade da economia portuguesa.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Ora, as eleições europeias ocorreram precisamente no termo desta primeira fase do mandato, após um primeiro ciclo de austeridade e de rigor e terminado o período de maior sacrifício que foi preciso impor aos portugueses,…

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

… sendo que, percebe-se bem, os portugueses querem agora resultados. Isso, de resto, afirmou o Sr. Primeiro-Ministro em comentário aos resultados eleitorais, dando conta do recado que interiorizou e do sinal que ele próprio e o Governo querem dar aos portugueses, sendo que os portugueses não terão razão para se sentirem defraudados.

O Sr. Miguel Miranda Relvas (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Os portugueses que querem resultados são os que verificarão terem razões para estarem confiantes. Confiantes porque a retoma já começou; confiantes porque os indicadores económicos