O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

5434 | I Série - Número 100 | 25 de Junho de 2004

 

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Odete Santos.

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, há uma personagem que paira por detrás do voto do PSD e do CDS-PP. Mas, infelizmente, não se atreveram a juntar à congratulação pelas afirmações da Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças o repúdio pelas afirmações do Sr. Ministro da Saúde.

Vozes do PCP: - Muito bem!

A Oradora: - Isto quer dizer alguma coisa. Trata-se de um voto envergonhado, porque tem de ser, porque o escândalo é demasiado.
O País ficou verdadeiramente espantado com o retomar de algumas concepções, entre as quais, até, as diferenças biológicas entre homens e mulheres, explicando vocações para isto ou para aquilo, o que representa deixar invadir a biologia pela ideologia, uma ideologia retrógrada. Isto, aliás, está na base de todos os racismos!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Exactamente!

A Oradora: - Acontece que também no voto se fala muito em conciliação entre vida familiar e vida profissional, mas não há uma palavra, bem pelo contrário parece que a sociedade é, só ela, a culpada pelas discriminações de que as mulheres são alvo, é, só ela, a culpada porque as mulheres não procuram o curso de engenharia e não há culpas da parte de quem conduz as políticas económicas e sociais.

O Sr. Bruno Dias (PCP): - Exactamente!

A Oradora: - E não podem dizer que, pelo facto de a conciliação estar nas leis, têm desenvolvido a política que leva à conciliação e à partilha de tarefas, bem pelo contrário há um exemplo acabado no Código do Trabalho e na Regulamentação do Código do Trabalho! Expliquem-me como é que a desorganização do horário de trabalho, com semanas de 60 ou 50 horas, pode conduzir a essa partilha!

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, esgotou-se o tempo de que dispunha.

A Oradora: - Portanto, o voto apresentado pelo PSD é, de facto, um voto tímido,…

O Sr. José Magalhães (PS): - Muito tímido!

A Oradora: - … um voto para darem a entender que estão a fazer alguma coisa quando não estão.
As declarações do Sr. Ministro da Saúde foram bem claras e bem evidentes.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, o tempo de que dispunha esgotou-se.

A Oradora: - Os senhores não querem conduzir as políticas económicas e sociais por uma via ideológica que levará à igualdade entre mulheres e homens.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Infelizmente, na veemência das palavras do Partido Social Democrata só encontrámos meias verdades, porque, efectivamente, este voto é suscitado por um episódio infeliz mas que não foi protagonizado por nenhum anónimo, foi protagonizado por alguém que tem responsabilidades neste País, foi protagonizado por alguém que tem responsabilidades públicas, foi protagonizado por alguém que integra o Governo da maioria.

O Sr. José Magalhães (PS): - Exactamente!