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0491 | I Série - Número 010 | 08 de Outubro de 2004

 

Como não conheço este dialecto e temo que tenhamos de dispor de uma tradução simultânea no caso de intervenções do Sr. Deputado Carlos Rodrigues, pergunto-lhe, Sr. Presidente, se tem algum conhecimento da existência deste "dialecto", porque eu próprio certamente não o conheço.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, temos sempre hipótese de nos entendermos através de linguagem gestual. Neste caso, não será necessário porque é evidente que a expressão do Sr. Deputado Carlos Rodrigues eu entendi-a cum grano salis, já que ele próprio também esclareceria o "dialecto" da Madeira.
Na Madeira existe, sim, uma forma de pronunciar muito acentuada, tal qual como nos Açores e, sobretudo, na minha ilha natal, S. Miguel. Aliás, os Srs. Deputados queixam-se disso muitas vezes.
Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Rodrigues, nos mesmos termos em que dei a palavra ao Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Carlos Rodrigues (PSD): - Sr. Presidente, não acentuo de propósito o meu sotaque. Tenho muito orgulho no meu sotaque.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - É diferente do dialecto...!

O Orador: - Quanto a dialecto, só tenho uma coisa a dizer-lhe, Sr. Deputado Francisco Louçã - e agora, mesmo em jeito de brincadeira: "o grado azoigou e foi atupido na manta das tanarifas"!

Risos e aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Bem, essa frase é "dialectal"!

Risos do PSD e do CDS-PP.

Para uma intervenção sobre assunto de interesse político relevante, tem a palavra a Sr.ª Deputada Clara Carneiro.

A Sr.ª Clara Carneiro (PSD): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Depois destas palavras do Sr. Deputado Carlos Rodrigues, que promete traduzi-las, não vou falar em dialecto...
Portugal enfrenta desde há duas décadas uma realidade difícil no que diz respeito à infecção VIH/SIDA e a outras doenças infecciosas concomitantes, de que a tuberculose é exemplo, e porque não temos cura nem vacina impõe-se a palavra de ordem que é "prevenção".
Neste universo implacável da SIDA o silêncio equivale a morte.
É com cada um de nós que começa a luta contra a SIDA. É preciso que continuemos a falar de SIDA todos os dias.
Vem esta intervenção a propósito do V Congresso Nacional sobre SIDA, dedicado à comunidade e à família, que vai realizar-se no próximo domingo, dia 10, na Figueira da Foz, sob o lema "Todos pela vida, todos contra a SIDA".
Trata-se da primeira vez que as duas principais entidades na área da SIDA uniram esforços, com o objectivo de criar um congresso que se tome um acontecimento nacional, despertando assim a atenção dos portugueses para o flagelo da doença. Todo o evento será direccionado para a comunidade e a família, onde será analisado o VIH/SIDA no adolescente, no idoso, na mulher e na criança.
Este facto ganha maior relevo quando se comemoram, em 2004, o 10.° aniversário do Ano Internacional da Família, bem como o Ano Europeu pela Educação no Desporto.
Serão analisados temas científicos por especialistas médicos, sem esquecer uma vertente social no sentido de mobilizar ainda mais as pessoas em torno da problemática.
É de grande relevo a parceria entre estas duas entidades (Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA e a Comissão Nacional de Luta contra a SIDA) porque mostra a preocupação que as duas entidades sentem para uma actuação mais organizada e eficaz nesta luta que é de todos e que, pela primeira vez, se centra na integração das duas vertentes: a prevenção e a clínica.
Por resolução do Conselho de Ministros de 1 de Julho de 2003, a Comissão foi reestruturada em unidade de missão e, neste primeiro ano de trabalho, foi apresentado o Plano Nacional de Luta contra a SIDA 2004-2006, onde são apontadas 10 metas a atingir no triénio e as respectivas estratégias.
É grande a preocupação no conhecimento do padrão epidemiológico da infecção no nosso país.