O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0618 | I Série - Número 012 | 15 de Outubro de 2004

 

Isso seria governar para os amigos…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Para os amigos?! Tenha vergonha!

O Orador: - … e o que nós queremos é resolver estes problemas.

Vozes do BE: - Muito bem!

O Orador: - Aliás, na lista dos professores, o senhor não deixou que houvesse um responsável. Acabou a tragédia do País que mais se atrasou na colocação de professores e aos alunos, aos pais, às famílias, nada foi dito sobre responsabilidade.
Mas o Sr. Primeiro-Ministro fugiu também, aqui, à responsabilidade sobre outra matéria, a liberdade de expressão. Compreendo que o senhor se indigne com a questão da censura, porque ela vem do seu partido: foram Luís Marques Mendes e Cavaco Silva que falaram dos riscos gravíssimos da censura.

Vozes do BE: - Muito bem!

O Orador: - Mas hoje não sabemos e temos o direito de saber!
O Sr. Primeiro-Ministro protege-se com o silêncio, mas proponho-lhe um exercício muito simples. Imagine que fechamos numa sala uma galinha e uma vaca e aparece um ovo. Quem é que pôs o ovo, Sr. Primeiro-Ministro?

Risos gerais.

Vozes do PSD: - Foi o Bloco de Esquerda!

O Orador: - Imagine que fechamos noutra sala o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, a criticar o Governo, o presidente da Media Capital, que tem negócios com o Governo, e o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, para quem o Prof. Marcelo tem ódio ao Governo e que exige uma intervenção. Aparece um ovo: é "corrido" o Prof. Marcelo! Quem é que pôs o ovo, Sr. Primeiro-Ministro? Com franqueza, percebe-se claramente o que aconteceu!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o seu tempo esgotou-se. Tenha a bondade de concluir.

O Orador: - Concluo, Sr. Presidente.
Isto chama-se censura e, três meses depois de um Governo de dois anos e meio, o que tenho a dizer-lhe é que isto já não se usa. Não se usa!
Mas num aspecto estou de acordo consigo: é preciso oposição mesmo que o Governo não seja eleito. É por isso que aqui apresentamos uma proposta sobre as rendas, sobre a procriação medicamente assistida, sobre os acidentes de trabalho, sobre a formação profissional, sobre as políticas económica e social, e que aqui estaremos, Sr. Primeiro-Ministro, sempre que o senhor aqui vier, para discutir políticas, respostas para as pessoas, que essas é que decidem a qualidade de uma política, se ela é boa ou se é má, se o Governo governa bem ou se governa mal.
É isso que nos distingue, mas é esse o debate que aqui queremos ter consigo também.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco Louçã, registo a disponibilidade manifestada para trabalharem no sentido de encontrarem ainda, se possível, melhores soluções para a lei das rendas. A nossa proposta não é dogmática, não é fechada e é isso o que espero do funcionamento do sistema democrático em Portugal.
Quanto ao facto de não se pagarem portagens na Madeira, quero dizer-lhe que, realmente, é pena que toda a população portuguesa não possa ir à Madeira ver a obra, enorme, lá realizada. É pena!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.