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0679 | I Série - Número 014 | 21 de Outubro de 2004

 

Ministro, há cada vez mais pessoas que não estão a achar boa ideia estarem a ser tão mal governadas por esta coligação.

Aplausos do PS.

E se a coligação não resulta como solução governativa, não surpreende que fracasse como fórmula eleitoral.
Por isso é que de nada valeu a mão cheia de promessas que o Primeiro-Ministro levou aos Açores em tempo de campanha, de nada valeram os protocolos despudoradamente tirados da "cartola" na véspera das eleições, assim como de nada valeu o corrupio de ministros: ministros em trânsito e ministros estacionados no arquipélago, ministros de Estado e ministros sem sentido de Estado.
Sabe-se hoje, à luz dos resultados eleitorais, que quanto mais os ministros iam, quanto mais faziam promessas, quanto mais discursavam, quanto mais faziam lembrar os erros da governação da República, mais votos se perdiam para a coligação e mais força ganhava o PS.

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A coligação está, obviamente, nervosa e o Governo está mesmo muito nervoso. O caso, porventura, não é para menos. Mas, se podemos compreender um Governo nervoso, não podemos tolerar um Governo perigoso. E a verdade é que o Governo está a fazer "jogo perigoso" na comunicação social.

Aplausos do PS.

A resposta do Governo à insatisfação das pessoas deveria resumir-se a uma fórmula simples: cumprir as promessas e governar melhor. Mas o Governo escolheu outro caminho: em vez de se concentrar na resolução dos problemas do País, o Governo preferiu apostar tudo na propaganda e na tentativa de condicionamento da comunicação social.

Aplausos do PS.

Às pressões do Governo sobre a programação de uma estação privada de televisão para calar uma voz incómoda, somam-se agora muitos outros sinais cada vez mais preocupantes: personalidades fiéis à maioria aparecem na direcção de grupos de comunicação social e de jornais; directores de informação demasiado independentes são postos em cheque na televisão e na imprensa escrita; o clima de intimidação adensa-se nas redacções e ressurgem formas subtis de censura; os jornalistas do continente são rotulados de patetas; os próprios tempos de antena do Governo são convertidos em comunicações ao País, para passarem, de forma abusiva, no interior dos serviços noticiosos das televisões; e, como nada disso basta, o Governo planeia ainda gastar milhões de euros na sua própria central de informação e propaganda.

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quando se pensava que o Governo poderia finalmente recuar, envergonhado pelos seus desastrados passos em falso, desmascarado em público, incluindo por alguns dos seus mais próximos, eis que ele, obcecado pelas eleições que se aproximam, opta por fugir em frente e lança-se numa nova escalada para condicionar a informação livre e independente.
No mesmo dia de ontem, dois ministros do Governo, um de Estado, outro nem tanto,…

Risos do PS.

… resolveram assumir-se como verdadeiros ministros incendiários e lançaram novas achas para uma fogueira que já queima profundamente quem a ateou.
De manhã, o Ministro dos Assuntos Parlamentares avançou com a extraordinária tese do conluio contra o Governo estabelecido entre o Expresso, o Público e o anterior líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, uma cabala, aliás, bizarra, que se moveria por vontades não subjectivas, até aqui totalmente desconhecidas da vida real.
À tarde, o Ministro de Estado e da Presidência, na sua dupla função de responsável pela tutela da comunicação social e da central de informação do Governo, foi ainda mais longe: o Governo assume agora a vontade expressa de limitar a independência dos operadores públicos de televisão em nome da