0050 | I Série - Número 005 | 28 de Setembro de 2006
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: - Ainda para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Feio.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, V. Ex.ª, há pouco, estranhou que o CDS-PP não falasse em matéria de economia. Pois aqui estamos, desde já, para fazer-lhe a vontade, porque em relação ao debate, como deve imaginar, não tememos rigorosamente nada.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): - Muito bem!
O Orador: - Sr. Primeiro-Ministro, começamos por pedir-lhe que nos explique, de facto, à terceira vez - porque já foram feitas duas perguntas pelo Sr. Deputado Pedro Mota Soares -, se pode dizer perante o Parlamento, em relação à Blaupunkt, que não existirá uma situação de despedimento.
Aplausos do CDS-PP.
Já agora, Sr. Primeiro-Ministro, falando de economia, naturalmente, temos de falar de competitividade, e também aí as notícias não são as melhores. Portugal, em 2006, cai três lugares no que respeita à competitividade, está na cauda dos países desenvolvidos. Para quem quer a convergência com os países da União Europeia, também me parece que estamos conversados!…
Sr. Primeiro-Ministro, vamos a números. Os números relativos ao investimento estão totalmente em contraciclo: se são positivos os números das exportações, em relação ao investimento a quebra no segundo trimestre de 2006 é de 7,2%; isto é péssimo para o futuro do nosso Estado.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): - Exacto!
O Orador: - Sr. Primeiro-Ministro, que medidas vai apresentar - e até só lhe peço uma - para atracção do investimento, naquilo que o Governo pode fazer? Sr. Primeiro-Ministro, como é que vamos conseguir trazer para Portugal investimento estrangeiro?
E faço-lhe uma pergunta que tem que ver com a actualidade. Lembro-me que uma das primeiras intervenções que V. Ex.ª fez foi para dizer, em tom enérgico, que a grande prioridade era Espanha, Espanha, Espanha. Sr. Primeiro-Ministro, um ano e meio depois, e em relação ao investimento, devo dizer-lhe que tememos que o seu "Espanha, Espanha, Espanha" se tenha tornado em "nada, nada, nada"!
Aplausos do CDS-PP.
Ao menos diga-nos que em relação a essa aposta estamos para além de umas descabidas intervenções do Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações a acentuar o seu iberismo. Que novidades positivas tem para dar em relação ao mercado ibérico de energia? Que medidas positivas nos traz em relação à necessária reconversão industrial em Portugal? E em relação à aposta no turismo, em que, se calhar, poderíamos, de facto, imitar Espanha?
Sr. Primeiro-Ministro, quanto a investimento já chega de conferências de imprensa, já chega de cerimónias. Por muito que o irrite, é altura de pôr mãos à obra. Devo dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que terminou a fase do PowerPoint.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): - Exacto!
O Orador: - E, já agora, falando em PowerPoint, Sr. Primeiro-Ministro, sabe por onde anda a sua "jóia da coroa", o seu Plano Tecnológico? Sabe, por exemplo, que a Comissão Europeia disse recentemente, no que respeita à inovação, que a situação de Portugal é desoladora? Tem conhecimento disso, Sr. Primeiro-Ministro?
Um bom sinal que podia dar-se à economia era premiar o mérito, a investigação e a inovação. VV. Ex.as prometeram, e bem, que iriam fazer isso em relação às universidades, ou seja, que iriam premiar as melhores. Pois por aquilo que se sabe, para o próximo ano, as universidades vão sofrer um corte na ordem dos 8%, feito de uma forma cega e, ainda por cima, prejudicando as melhores universidades.
Por exemplo, Sr. Primeiro-Ministro, a Universidade do Porto, se se aplicasse a primeira fórmula que VV. Ex.as referiram, em relação àquilo que vai ser distribuído, teria mais 11 milhões de euros, montante a que não vai ter direito. E porquê? Porque é competitiva e faz boa investigação. É esta a qualidade no investimento que V. Ex.ª quer, Sr. Primeiro-Ministro?!
Vozes do CDS-PP: - Muito bem!