0055 | I Série - Número 005 | 28 de Setembro de 2006
estrangeiro, mas a realidade é que, nos últimos 15 meses consecutivos, o investimento estrangeiro caiu. De um lado, temos também um país virtual, em que um Ministro virtual faz promessas e anúncios na comunicação social; do outro lado, temos o país real, onde o investimento estrangeiro também não cresce e nem sequer se consegue segurar o que existe neste momento em Portugal, como é o caso, já hoje falado aqui, da Johnson Controls, que anunciou 900 desempregados no nosso país, nos próximos dias.
Resumindo, Sr. Primeiro-Ministro, V. Ex.ª colocou o investimento privado na gaveta, congelou o investimento público e, quanto ao investimento estrangeiro…, está no estrangeiro!!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Srs. Deputados, durante um ano em que vim aqui, ao Parlamento, aos debates mensais, o PSD falava sempre de economia e da questão económica. Na altura, era o seu líder que falava; agora, já não é o seu líder, mas outro Deputado que fala sobre a questão económica.
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): - E…?
O Orador: - Isso revela que a questão da economia já não é tanto uma prioridade no discurso político como era.
Vozes do PS: - Pois não!
O Orador: - Durante estes meses, fui ouvindo as coisas mais "extraordinárias"…
Os Srs. Deputados estão recordados quando o Sr. Deputado Marques Mendes me disse, no final do ano passado: "O próximo ano vai ser um ano de recessão!" Passado uns meses, no debate mensal realizado a seguir, como não vinha aí a recessão, disse-me o Sr. Deputado Marques Mendes: "Este ano a economia está estagnada!" Um mês depois, disse o Sr. Deputado Marques Mendes: "A verdade é que não conseguimos alcançar a média europeia e devíamos crescer por forma a atingir aquilo que é a média de crescimento europeu".
Mas como o crescimento no segundo trimestre foi igual à média europeia - 0,9% - vem agora o Sr. Deputado Marques Mendes e o PSD dizer: "Temos de pensar em grande! Temos de crescer 3%!".
A primeira pergunta que me ocorre fazer é: Sr. Deputado, diga-me um ano, durante o tempo em que estiveram no governo, em que a economia tivesse crescido 3%!
Aplausos do PS.
Ou até 2%! Não, Sr. Deputado, não cresceu em ano algum!!
Nos três anos em que estiveram no governo, verificou-se uma recessão num ano - portanto, um crescimento negativo - e, quando saíram do governo, um primeiro trimestre negativo.
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): - E o investimento, Sr. Primeiro-Ministro?
O Orador: - Se o senhor quisesse fazer uma análise séria da economia portuguesa desses seis meses - o que, propositadamente, não quis -, veria que o comportamento da nossa economia surpreendeu toda a gente!
Reparem que o Banco de Portugal, a confirma-se aquilo que disse o Sr. Governador, pode estar à beira de rever pela segunda vez em alta o crescimento económico e, provavelmente, para o dobro ou perto do dobro da sua previsão inicial - que era 0,8%, para lembrar os que andam mais distraídos.
Quem precisa rever em alta as suas expectativas sobre o País é a oposição, em particular o PSD.
Vozes do PS: - Muito bem!
Vozes do PSD: - E quanto ao investimento?
O Orador: - Quanto à economia, estamos conversados, porque, de facto, os resultados dos dois primeiros trimestres, a somar já ao último trimestre do ano passado, são muito bons e revelam uma forte capacidade da economia portuguesa para se desenvolver e para ter um crescimento, pela primeira vez,…
Vozes do PSD: - E o investimento?
O Orador: - Srs. Deputados, mais uma vez, não façam barulho. Fazer oposição não é fazer barulho, é