O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

30 | I Série - Número: 090 | 1 de Junho de 2007

nem com a realização dessa linha política.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Orador: — Sr. Deputado, tenho o maior respeito e considero todos os movimentos sociais; agora, tenho o direito e o dever de lutar e de fazer no Governo aquilo em que acredito. Não estou no Governo para seguir a linha política do PCP; fui eleito com base num programa do Partido Socialista. Ora, o nosso programa é diferente do vosso. Por isso, desculpe que lhe diga mas a pretensão de que só o vosso é de esquerda é o máximo da arrogância que os senhores não conseguiram ultrapassar em 30 anos.

Aplausos do PS.

O Sr. Deputado insiste na ideia de que o Governo do Partido Socialista está a seguir políticas de direita.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah, não?!

O Orador: — Porquê? Pela simples razão de que tudo o que não é a linha política do Partido Comunista Português é, por definição, de direita. Mas essa, Sr. Deputado, é uma conversa a que os portugueses já se habituaram e que sempre reprovaram em todas as eleições, desde o 25 de Abril.

Aplausos do PS.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, peço a palavra para exercer o direito de defesa da consideração da bancada.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, não é meu hábito usar esta figura regimental, mas, em nome da verdade, sinto-me atingido na minha consideração, porque o Sr. Primeiro-Ministro deturpou conscientemente aquilo que aqui afirmei.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Orador: — Naturalmente, é um assunto de grande importância; naturalmente, a questão do acesso às novas tecnologias tem a ver com a necessidade de aumento da qualificação e da formação. Mas é o Sr. Primeiro-Ministro quem — e foi isso que afirmei — desvaloriza essa questão fazendo uma deriva, usando-a instrumentalmente para desviar das questões centrais que hoje preocupam os trabalhadores e o povo português.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Orador: — Para precisar melhor não vá eu ter tido algum lapsus linguae, repito aquilo que claramente perguntei: «Vai o País no bom caminho, no caminho da modernidade, quando os desempregados licenciados não encontram emprego, e são já 55 900, a larga maioria são jovens, à espera das tais «Novas Oportunidades», que nunca mais chegam?! Não basta dar a ferramenta, é preciso também dar a possibilidade de a aplicar!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Orador: — Se o Sr. Primeiro-Ministro considera que isto é desvalorizar e denegrir a importância da formação e da qualificação, de duas, uma: ou fui eu que não me expliquei bem ou o Sr. Primeiro-Ministro não estava de boa fé a ouvir aquilo que dissemos.
É um registo que quero fazer. Espero que o Sr. Primeiro-Ministro reconsidere aquilo que afirmou.

Aplausos do PCP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Tem a resposta ensaiada e por isso já não ouve o que dizem!

O Sr. Presidente: — Para dar explicações, se assim entender, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para o que dispõe de 3 minutos.