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37 | I Série - Número: 090 | 1 de Junho de 2007

com toda a honestidade, se existe, para além do estudo preliminar de 1999, um estudo ambiental sério, no sentido de ser global e completo (não tem nada a ver com outras coisas, Sr. Primeiro-Ministro), que meça todos os riscos ambientais da opção OTA. É que a própria comissão de avaliação diz que não foram medidos riscos em 1999 e este é o único estudo que existe. A própria comissão de avaliação diz que não foram medidos os riscos em matéria de qualidade do ar, de ruído, de economia local e regional, entre outros, Sr. Primeiro-Ministro.
Para terminar, pergunto, em primeiro lugar, se o Sr. Primeiro-Ministro pode garantir que os riscos ambientais da OTA estão todos medidos.
Segundo, pode o Sr. Primeiro-Ministro garantir a esta Câmara que não vai ter que subir as taxas aeroportuárias muito proximamente para financiar a operação OTA, como defendem vários consultores, alguns dos quais foram consultados pelo Governo?

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!

O Orador: — Terceiro: como é que o Sr. Primeiro-Ministro pode dizer, ou, para ser mais correcto, como é que o Estado pode dizer que o risco, do ponto de vista do emprego das pessoas que trabalham no aeroporto da Portela, é nulo ou é zero? Como é que é possível dizer, deslocalizando um aeroporto para 53 km daqui, que os lojistas, as pessoas que trabalham no free shop, as pessoas que trabalham nas companhias aéreas, as pessoas do SEF e as pessoas da PSP têm risco de emprego zero? São perguntas muito concretas. Isto não é um panfleto, é uma intervenção que é devida, Sr. PrimeiroMinistro. Foi o Presidente da República que pediu mais debate nesta Câmara, estou a fazer-lhe as perguntas que representam as perplexidades de muitos portugueses e, por isso, agradecia que fosse concreto nas respostas, porque não deixei de ser concreto nas perguntas.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente. Sr. Deputado Paulo Portas, o aeroporto da Ota vai custar, segundo as estimativas existentes, 3,1 mil milhões de euros. Este é o orçamento que o Sr. Deputado conhece. E o que acho espantoso é que o Sr. Deputado, dois anos depois de sair do governo, me faça perguntas às quais, certamente, lhe responderam quando estava no governo.
O Sr. Deputado desculpará, mas acha que tem o direito, ao fim de dois anos, de me vir fazer perguntas que devia ter feito quando esteve no governo?!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Tenho, com certeza, porque não mudei de opinião!

O Orador: — Sr. Deputado, peço desculpa, mas o que eu quero dizer é que o Sr. Deputado sabe as respostas, porque certamente lhe disseram, quando estava no governo, quanto é que ia custar.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Não, não!

O Orador: — Ah! Não disseram?! Então, Sr. Deputado, lamento.
Mas todas essas perguntas têm respostas e facilmente os Ministros das Obras Públicas do governo em que participou lhe podiam ter fornecido os estudos para que o Sr. Deputado tivesse acesso a essas respostas. São 3,1 mil milhões de euros.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — São 3,6!

O Orador: — São 3,1!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — São 3,6 ou, melhor, 3594 milhões, 2956 sem custos financeiros!

O Orador: — Bom! É possível! Se estou enganado… Desculpe, Sr. Deputado, mas, segundo a informação que recebi do Sr. Ministro das Obras Públicas, são 3,1!

Protestos do CDS-PP.

Bom! Pensei que o Sr. Deputado quisesse discutir isto seriamente, mas, se é assim, o Sr. Deputado desculpará.
O Sr. Deputado considera séria a sua posição política, em face desta questão? Diz o Sr. Deputado: