39 | I Série - Número: 090 | 1 de Junho de 2007
O Orador: — Não é verdade?! Peço desculpa mas sei do que estou a falar, Sr. Deputado!
O Sr. Presidente: — Faça favor de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Orador: — Todos os aeroportos, nomeadamente Oslo e Atenas, estão a mais de 40 km. E por duas razões fundamentais: em primeiro lugar, pelas dificuldades urbanísticas; em segundo lugar, por razões que se prendem com as regras ambientais europeias.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — E os que construíram e mantiveram?!
O Orador: — É, aliás, também por isso que, fazendo um rastreamento do espaço disponível no nosso país para a construção do aeroporto, só o podemos encontrar a mais de 40 km. E repare que mesmo aqueles que são contra a Ota mas reconhecem que se deve fazer um novo aeroporto indicam, como local, o Poceirão, que está, aliás, mais distante do que a Ota.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Orador: — Por isso, Sr. Deputado, expliquei-lhe quais as razões em que me fundamento para lhe dizer que a solução de Portela mais um é uma má solução. Diz o Sr. Deputado: isso é a opinião de consultores internacionais.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Não, Sr. Primeiro-Ministro!
O Orador: — Mas, Sr. Deputado, entende que devo ir pedir a opinião a quem? Se quero fazer uma pergunta…
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, queira concluir.
O Orador: — Vou já acabar, Sr. Presidente.
A solução aeroporto da Portela mais um é possível? Fiz essa pergunta, ou seja, o Governo fez a pergunta e isto significa humildade! E perguntei a três consultores internacionais! A quem é que o Sr. Deputado quer que vá perguntar? Ao CDS? Ao gabinete de estudos do PSD? Não calcula que me poderiam dar uma resposta um pouco preconceituosa?! Entendo que se devem consultar os melhores especialistas internacionais. Foi o que fizemos! E não fica mal ao Sr. Deputado reconhecer que o Governo fez aquilo que devia. Havia uma decisão anterior.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, já excedeu largamente o tempo de que dispunha.
O Orador: — Vou já terminar, Sr. Presidente.
O Sr. Deputado pretender que este Governo decidiu construir a Ota agora é também aceitar que o País não paga um preço pelo atraso nas decisões.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para exercer o direito regimental de defesa da consideração da bancada, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas, que dispõe de 3 minutos para o efeito.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro tentou alegar, por três vezes, que a discussão, como a coloquei, não era séria. Repito que me esforcei por fazer perguntas concretas e que o Sr. Primeiro-Ministro, a todas as que pôde, não respondeu.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Exactamente!
O Orador: — Quero também dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que o Programa Eleitoral do Partido Socialista, aquele com que se apresentou às eleições, dizia, sobre esta matéria, em português, daquele que ambos aprendemos e que tem regras básicas, «retomar a Ota», porque, certamente, não estavam satisfeitos com o procedimento do governo anterior durante três anos.
Vozes do CDS-PP: — Exactamente!