44 | I Série - Número: 094 | 15 de Junho de 2007
nossos hospitais. Até 2006, conseguimos limitar o crescimento da despesa em farmácia hospitalar a 4% (e este ano é também essa a nossa meta), o que é um resultado considerável face ao crescimento de dois dígitos dos anos anteriores.
Mas, Sr.as e Srs. Deputados do PSD, recuar 15% na despesa farmacêutica hospitalar não passa de uma fantasia irrealista e perigosa.
O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Muito bem!
O Orador: — Quanto à terceira medida, o PSD esperava o milagre de o privado ser mais eficiente do que o público, certamente à custa de despedimentos ou de vendas do património. Mas como? Onde está o suporte técnico dessas medidas? Em que estudo se baseou o Sr. Deputado Marques Mendes para estimar poupanças de 15%? Frustrado com a medíocre aceitação das suas propostas, o PSD deixou-se de alternativas e entrou directo na contestação, no bota-abaixo. Anunciou, com fragor, em Ponta Delgada, em 3 de Fevereiro de 2007, que passara a atribuir à saúde uma alta prioridade e que iria encontrar-se com actores sociais e visitar unidades de saúde para apresentar as suas próprias ideias e propostas. Mas cedo se calou.
As entrevistas, se as houve, foram quase todas invisíveis e das visitas apenas fizeram ruído as de Oleiros, em 2 de Abril, em dia de manifestação contra o suposto encerramento do SAP nocturno, e do Hospital de Estarreja, em 21 de Abril, num sábado, sem pré-aviso, de forma improvisada, apenas para gerar confusão.
Protestos da Deputada do PSD Regina Bastos.
Em paralelo, iniciou a estratégia da «caça ao homem», o clássico pedido de demissão do Ministro. Respondemos-lhe, então, Sr. Deputado Marques Mendes, tal como hoje, que, enquanto nos deseja a morte política breve, a V. Ex.ª desejamos-lhe longa vida política à frente do PSD.
Aplausos do PS.
Esperámos, depois, por ideias, por propostas, por medidas alternativas. Nunca chegaram!… Mas é sempre altura de colocá-las. O que pensa o PSD das unidades de saúde familiares? O que pensa do programa de cuidados continuados a idosos e dependentes? O que pensa da requalificação da rede de urgências, dos centros hospitalares, das unidades locais de saúde, das novas redes de referência oncológica e cardiológica, do trabalho da reforma da saúde mental, do controlo do défice da saúde, da redução progressiva das dotações de verbas de convergência nos hospitais, da recuperação notável dos grandes hospitais de ensino em Lisboa, Coimbra e Porto, do desempenho dos novos hospitais EPE, do centro de atendimento Saúde 24, e da política de apoio em medicamentos, óculos, dentaduras e próteses auditivas aos idosos muito pobres? O que pensa o PSD destas medidas? O que pensa o PSD do progresso registado na redução das listas de espera cirúrgicas do SIGIC? Que pensa da generalização da triagem de Manchester nas urgências? Que pensa da informatização de 62% dos centros de saúde, já completada a 100% no norte? Que pensa das 425 lojas, já abertas, de medicamentos não sujeitos a receita médica? Que pensa dos 17,3% de quota de mercado já alcançada pelos genéricos? Que pensa da redução a 0,9% do crescimento negativo de encargos com medicamentos no ambulatório, em 2006? Que pensa do aumento de satisfação e de qualidade da concentração de salas de partos? Que pensa da disseminação de unidades móveis que levam saúde a todo o interior, em especial aos idosos? Irá ainda dizer que estes ganhos de eficiência e de qualidade são restrições dramáticas? Em que país vive este PSD? Num país só dele, onde desejaria que tudo corresse mal para capitalizar pela negativa? É tempo, Sr. Deputado Marques Mendes e Srs. Deputados do PSD, de terem ideias próprias sobre a saúde, de esquecerem a pequena intriga,…
Aplausos do PS.
… a bengala dos jornais e as muletas dos noticiários sensacionalistas. Digam o que pensam! Digam como fariam, se estivessem no nosso lugar! Não apresentando alternativas, como querem que os portugueses os compreendam?!
Aplausos do PS.
Em Barcelos, em 11, 12 de Maio, o Sr. Deputado Marques Mendes formulou um conjunto de sete perguntas, de boas perguntas, embora a verdade da resposta seja diferente do drama que as perguntas pretendiam augurar. Eram apenas sete as perguntas, que passo a enunciar, dando as respectivas respostas.
Será que o acesso dos cidadãos está mais fácil? Sim, Sr. Deputado Marques Mendes, como já demons-