12 | I Série - Número: 096 | 21 de Junho de 2007
uma vez sobre isso, dizendo sempre a mesma coisa: que a Portela não estava esgotada,…
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!
O Orador: — …, que não se devia avançar para a construção de um novo aeroporto sem primeiro avaliar a capacidade da Portela.
Aplausos do CDS-PP.
Tive sempre essa opinião, por isso estou muito à vontade nesta matéria.
O Sr. Deputado Miguel Coelho e o seu grupo parlamentar é que deviam estar menos à vontade, porque há socialistas e socialistas: há socialistas que ficam, há socialistas que saem… Mas quer que lhe dê exemplos mesmo de socialistas que ficam, que continuam no Partido Socialista? Sem fazer politiquice, dou-lhe exemplos de vozes de bom senso, de vozes respeitadas pelos socialistas — oiça-as e não me dê conselhos.
António Vitorino (quer melhor?…): «A questão interessante é a Portela+1. Eu acho que há uma vantagem em incluir no estudo a Portela+1, e será acabar com os álibis não deixar de fora a Portela+1. E Portela+1 não é incompatível com o estudo de Alcochete». Foi o que disse António Vitorino na RTP, uma voz de referência do Partido Socialista.
Hoje mesmo, Manuel Alegre, uma voz de referência para os socialistas e para muito eleitorado socialista, afirmou: «Eu acho que se deve manter a Portela. Sou partidário da Portela+1 e nunca da Ota, que espero que nunca aconteça. Acho que se deve manter a Portela. Entre Alcochete e a Ota, partilho da opinião, sem dúvida nenhuma,…». Manuel Alegre defende esta posição.
Ontem, num artigo do Público, João Soares afirmou: «Nenhuma outra capital europeia lançaria pela borda fora esta mais-valia tão importante que é ter um aeroporto tão próximo do centro da cidade. Não conheço, aliás, nenhum caso de desmantelamento completo de um aeroporto. Usando a Portela, é possível chegar a Lisboa de manhã, ter uma reunião e depois regressar ao ponto de partida no final do dia». É João Soares quem o diz, acrescentando ainda: «Há anos juravam-nos que a Portela estaria esgotada em 2000, depois que isso aconteceria em 2007. Era falso, viu-se!» Também Francisco Assis, no debate do Estado da Nação, disse: «Portela+1 deve ser estudado».
Esta é a lógica do bom senso! Espero que este bom senso possa imperar e deixo por isso, Srs. Deputados, um último apelo.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Orador: — Termino já, Sr. Presidente.
Nós sabemos que a Portela pode chegar aos 18 milhões de passageiros, a Portela com um aeroporto médio de apoio pode aumentar a sua capacidade até aos 28 milhões ou 30 milhões. São muitos anos, não está esgotado, é a opção mais barata e é por isso que a defendo, Sr. Deputado Miguel Coelho.
Quer o Sr. Deputado goste quer não goste, eu defendo as coisas em que acredito. Eu procuro falar claro e defender convicções. Tenho esta convicção há mais de 10 anos, defendo-a aqui, na Assembleia da República, defendê-la-ei na Assembleia Municipal e na câmara municipal, defendê-la-ei na rua, defendê-la-ei onde quer que seja, com o seu acordo ou sem o seu acordo!
Aplausos do CDS-PP:
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Guedes.
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Uma vez mais a questão do novo Aeroporto Internacional de Lisboa é colocada no debate parlamentar. Desta vez — talvez — não tanto por convicção mas mais por pretexto.
De qualquer forma, é sempre bom que o assunto suba a debate.
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Muito bem!
O Orador: — Esta não é uma questão qualquer: é um investimento estratégico para o País! E, pese embora a arrogância e a enorme teimosia com que, durante muito tempo, o Governo tratou este assunto, foi exactamente por essa razão que o PSD, desde há quase dois anos, insistiu e persistiu em colocá-lo na agenda política.
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Muito bem!