24 | I Série - Número: 003 | 22 de Setembro de 2007
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, o Sr. Deputado Francisco Louçã, a propósito da matéria em discussão, também resolveu apenas dizer que, sim, senhor, está de acordo, mas passemos à frente.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Exactamente!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Reconheço e sublinho que o Sr. Deputado valoriza essa distinção entre o público e o privado, presente no despacho que referiu.
Mas, depois, o Sr. Deputado diz que, quanto ao coordenador oncológico, esse senhor trabalha no sector privado e, portanto, tem uma incompatibilidade nos seus interesses e acrescenta que é coordenador dessa estratégia.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — E é!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Estou informado — informou-me agora o Sr. Ministro da Saúde — que foi coordenador, já não é coordenador.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Só se deixou de o ser agora!?
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, não!
Protestos do BE, do PCP e de Os Verdes.
Sr. Deputado Francisco Louçã, foi coordenador, já não é, mas isso não…
Protestos do PCP e do BE.
Sr. Deputado Francisco Louçã, estou informado pelo Ministro da Saúde…
Protestos do PCP e do BE.
Sr. Deputado Francisco Louçã, noto que o Bloco de Esquerda faz sempre isto desta forma: os senhores nunca estão enganados em nada, são sempre os outros.
O Sr. João Semedo (BE): — Nisto, não estamos enganados!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado nem sequer admite que vai ver. O Sr. Ministro afirma que já não é coordenador e o senhor diz que não é verdade, que sou eu ou o Sr. Ministro que estamos enganados.
Bom! Sr. Deputado, foi coordenador.
Agora, o que me parece, Sr. Deputado, é que, quando se trata de definir uma orientação para o Ministério da Saúde, quando se trata de definir uma política, o dever do Ministério, e de todos os Ministérios, é ir buscar o melhor que houver em Portugal.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Diz o Sr. Deputado que não está em causa a seriedade e a competência, mas o Sr. Deputado faz sempre isso, ou seja, está sempre a dizer que não está em causa a seriedade e a competência mas insinua sempre que há uma intenção oculta qualquer…
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Não!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Ó Sr. Deputado, o que insinuou foi que quem fez esse serviço, esse trabalho para o Estado, está ao serviço dos interesses privados.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Desculpe, Sr. Deputado, mas isto é atirar uma intenção para cima das pessoas que, do meu ponto de vista, não tem a mínima razão de ser.
O Sr. Mota Andrade (PS): — Muito bem!
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.