14 | I Série - Número: 041 | 31 de Janeiro de 2008
Mas demagogia é também o que o PSD tem para dizer sobre a escola a tempo inteiro.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — A tempo inteiro, não! Até às 17 horas e 30 minutos!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Quando chegámos ao Governo, 30% das escolas funcionavam até às 13 horas. Hoje, 80% das escolas funcionam até às 17 horas e 30 minutos, para servir melhor as famílias e os alunos. O Sr. Deputado quando fala disso não sabe do que fala.
Aplausos do PS.
Mas, já agora, Sr. Deputado, em matéria de alternativa, talvez fosse bom o PSD começar por afirmar quais são as suas linhas de orientação e qual é a alternativa que propõe à governação.
Quero recordar que, em Outubro, o líder do PSD disse: «Vamos apresentar na Assembleia da República um quadro de investimentos calendarizados». Depois, disse: «Vamos apresentar um projecto de resolução para a privatização de um conjunto de serviços em várias áreas». Depois, disse: «Nas próximas semanas, vamos apresentar a nossa visão de um novo modelo de gestão para a RTP». Depois, disse: «Vamos iniciar um roteiro temático sobre o interior e a agricultura». Depois, disse: «O Grupo Parlamentar vai começar a preparar um projecto de Constituição». Depois, disse: «A partir de Janeiro, o PSD vai demonstrar que tem um rumo» — Janeiro já lá vai!» Depois, disse ainda: «Vamos ter um gabinete de porta-vozes, que será criado» — não se sabe ç quando» — , acrescentando que «para nomear porta-vozes é preciso ter alguma coisa para dizer».
A pergunta que lhe faço, Sr. Deputado, é a seguinte: quando é que o PSD tem alguma coisa para dizer aos portugueses?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Santana Lopes.
O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, pelos vistos, o senhor gosta desse discurso da «política da brincadeira».
Protestos do PS.
Estou a falar-lhe de assuntos sérios. Falei-lhe das crianças com necessidades educativas especiais e faleilhe dos pais, que não sabem onde deixar os seus filhos, no início da manhã e no fim da tarde, depois de encerrarem as chamadas AEC.
Sr. Primeiro-Ministro, quanto à questão que coloca, relativa aos debates e às intervenções do Presidente do PSD, posso dizer-lhe o seguinte: o Presidente do meu partido já o convidou para um debate na televisão no dia 12 de Março, dia do terceiro aniversário da tomada de posse do Governo. Sugiro-lhe que fale com ele sobre todas essas declarações.
Aplausos do PSD.
É que o Sr. Primeiro-Ministro segue o estratagema de falar dos temas de política que interessam menos para não falar das chamadas questões substanciais.
Relativamente aos excedentes da segurança social, congratulamo-nos todos» Sr. Primeiro-Ministro, não faça esse sorriso! Quando nos congratulamos pela sustentabilidade do sistema de segurança social é a sério! Mas pergunto-lhe: acha que o supersaldo, chamemos-lhe assim, superior a 1000 milhões de euros (concretamente, 1140 milhões de euros) justifica as medidas de alteração no cálculo das reformas, principalmente das reformas das pessoas mais desprotegidas e com mais de 60 anos?! Acha que para se ufanar agora com menos umas décimas do défice se justifica a carga que colocou sobre essas pessoas?!