48 | I Série - Número: 049 | 16 de Fevereiro de 2008
para a educação dos alunos com perturbações de espectro do autismo, ou para a educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Isso é «sacudir a água do capote»!
A Sr.ª Rosalina Martins (PS): — Esta resposta local, orientada para uma necessidade concreta, corporiza a desejável autonomia que pretendemos ver assumida nas escolas, ou não?
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Isso é «lavar as mãos como Pilatos»!
A Sr.ª Rosalina Martins (PS): — Qual é a respostas dos Srs. Deputados a esta questão?
Protestos do PCP.
A escola não pode actuar de forma isolada. Para promover a inclusão deve apostar na expansão e diversificação das redes de parceria, incluindo não só os encarregados de educação mas também autarquias, empresas, serviços de saúde, instituições particulares de solidariedade social, entre outros agentes da comunidade.
A Declaração de Salamanca reafirma o direito à educação inclusiva, à equidade educativa.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Que os senhores negam!
A Sr.ª Rosalina Martins (PS): — Os apoios especializados visam responder às necessidades educativas especiais dos alunos e podem implicar reorientação de procedimentos, novos recursos, ou utilizações de tecnologias de apoio. São medidas que não têm como únicos destinatários os alunos. São também medidas que implicam mudança no contexto escolar.
Daí a importância da formação de professores. A formação inicial e contínua deve ter em conta a necessidade de preparar todos os docentes para lidar com a diversidade. Por isso o Ministério da Educação acabou de contratualizar com as instituições de ensino superior formações específicas para respostas concretas na educação especial.
Sabemos que o caminho é longo e difícil. A integração não será feita a qualquer preço. Serão ponderados todos os casos, disponibilizados os recursos humanos e materiais, difundidas as boas práticas, apoiadas as escolas.
Assim se cumprirá o desígnio da inclusão.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Luísa Mesquita.
A Sr.ª Luísa Mesquita (N insc.): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, dirijo uma palavra para todos os pais, encarregados de educação e organizações a quem a Ministra da Educação ofendeu publicamente, demonstrando um total desconhecimento de tudo quanto tem sido feito pela inclusão de milhares de jovens e de crianças, para que continuem o seu trabalho.
Em segundo lugar, faço um apelo a todos os investigadores, docentes e técnicos que denunciaram a aberração científica deste normativo e o retrocesso da educação especial no nosso país, para que não desistam.
Em terceiro, Sr.ª Deputada Rosalina Martins, faço um apelo ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista, porque, como os Srs. Deputados sabem, o documento é tecnicamente conservador, conceptualmente anacrónico e cientificamente pouco credível e perigoso.
É conservador e anacrónico, porque opta por um referencial teórico de há duas décadas, em desuso, considerando que o ensino especial tem como vocação exclusiva a deficiência permanente, o que é falso, como a Sr.ª Deputada sabe, em escolas de referência, o que é falso, como a Sr.ª Deputada sabe. Para além