53 | I Série - Número: 052 | 23 de Fevereiro de 2008
O Sr. Fernando Cabral (PS): — Sr. Presidente, é para anunciar que vou entregar à Mesa um conjunto de documentos para serem distribuídos a esta Câmara para demonstrar que aquilo que a Sr.ª Deputada Ana Manso aqui referiu em relação às promessas do Partido Socialista de construção ou ampliação/remodelação do hospital da Guarda não corresponde à verdade.
Aplausos do PS.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Mas tem aí os documentos?!
A Sr.ª Ana Manso (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa no mesmo sentido da interpelação que foi feita pelo Sr. Deputado Fernando Cabral.
O Sr. Presidente: — Para dizer que vai entregar à Mesa outros documentos?
A Sr.ª Ana Manso (PSD): — Não, Sr. Presidente. É que eu tenho…
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem a palavra para um interpelação sobre a condução dos trabalhos.
A Sr.ª Ana Manso (PSD): — Sr. Presidente, se me permite, é para fazer chegar à Mesa, já, de imediato, o documento com a cronologia de todos os acontecimentos que dizem respeito ao hospital da Guarda, desde o Verão de 2001 até Maio de 2007. O documento está aqui, Sr. Presidente e eu gostava de o entregar já à Mesa.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, vê como eu adivinhei que a interpelação era para entregar um documento…!
Risos.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Vasco Franco.
O Sr. Vasco Franco (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: «Dar tudo a todos, em todos os sítios a ao mesmo tempo» podia ser a proclamação de um vendedor de utopias, mas não pode ser a máxima de quem tem responsabilidades de governar e sabe que, quando se pretende dar tudo a todos, mais não se faz do que construir uma mentira que, no caso da saúde, seria uma mentira perigosa.
Aplausos do PS.
Temos assistido neste Hemiciclo, com uma frequência que ameaça transformar uma questão séria numa rotina inconsequente, à apologia do «tudo a todos», vinda da parte daqueles que sempre prometeram tudo a todos, sem que as suas vãs promessas tivessem encontrado eco bastante junto dos cidadãos eleitores, mas também por parte daqueles outros que, quando podem dar, não dão e, quando não podem, reclamam e prometem.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É o caso do PS!
Risos do PCP.
O Sr. Vasco Franco (PS): — O PCP, o Bloco de Esquerda e também o PSD referem-se a uma «política de encerramento sistemático» e a uma degradação dos cuidados prestados no âmbito do SNS. Parece que a qualidade dos cuidados prestados nas salas de partos que foram desactivadas, nas urgências que estão em processo de requalificação e nos SAP que atendiam uma, duas ou três pessoas por noite, satisfaziam os Srs. Deputados. Parece que, até 2005, esses serviços funcionavam na perfeição e, para dar «tudo a todos», era