8 | I Série - Número: 078 | 2 de Maio de 2008
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … aplicando um novo conceito de despedimento, designadamente a chamada «inadaptação» ao posto de trabalho.
Segunda questão central: a gestão e a organização do tempo de trabalho. Sempre mas sempre as empresas quiseram determinar a vida profissional do trabalhador e também, simultaneamente, a sua vida social e familiar. Também isto está contido na sua proposta, Sr. Primeiro-Ministro! Terceira questão central: a contratação colectiva sempre foi um obstáculo para o grande patronato. E sabe porquê? Porque não querem regras, querem o vazio, querem ser eles a decidir sozinhos, ao arrepio daquilo que está na Constituição da República.
Neste sentido, Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe que está a escrever uma das páginas mais negras da história do Partido Socialista,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exactamente!
Protestos do PS.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … que, muitas vezes, contribuiu para os avanços civilizacionais da legislação do trabalho. Se lhe restasse uma «costela» que fosse, um «neurónio» social-democrata, repudiava, no mínimo, essa proposta inaceitável que visa alterar a correlação de forças entre o capital e o trabalho, porque é disto que se trata.
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — V. Ex.ª não está «em cima do muro»! V. Ex.ª passou para o lado de lá, para o lado dos poderosos, contra os trabalhadores e contra a própria Constituição da República, que o PS ajudou a construir!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, deixemos os slogans e vamos aos factos.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Olha quem fala!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em termos de combate à precariedade, o Governo propõe reduzir em 1 ponto percentual a taxa que o empregador paga pelos contratos sem termo e aumentar em 3 pontos percentuais a taxa que o empregador paga à segurança social no caso dos contratos a prazo.
Aplausos do PS.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mas legitima a precariedade!
O Sr. Jorge Strecht (PS): — Não legitima, pune!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Segunda medida: os contratos a prazo passam de 6 anos para 3 anos!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Mais 3!