40 | I Série - Número: 079 | 3 de Maio de 2008
O MDLP semeou o terror, foi um «cortejo» de assassinatos, de incêndios a sedes partidárias, de destruição de tudo aquilo que era o Portugal de Abril, o Portugal democrático que nascia em nome de valores, que o Cónego Melo teve, mas que eram manifestamente contra aquilo que veio a ser a Constituição e o Estado de direito.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — A nossa sede não foi atacada, não?! Tenha vergonha!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — O que o CDS aqui nos pede não é para se ter respeito para com uma personalidade. O que o CDS aqui nos pede é que incensemos postumamente alguém que não merece qualquer sinal de respeito da República!
Vozes do BE: — Exactamente!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Tenha vergonha na cara!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não nos envolvemos naquilo que é a apreciação da figura religiosa ou da figura humana. Deixamos isso para aqueles que o acompanharam e para aqueles que o acompanham post mortem.
Contudo, do ponto de vista do Parlamento, da Assembleia legislativa democrática dos portugueses, entendemos que a República não deve sancionar essa apreciação daquilo que foi o Cónego Melo.
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Nós não esquecemos.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Nem nós esquecemos!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não se trata de uma questão mesquinha. Pelo contrário, trata-se da grandeza daqueles, muitos dos quais conheci, que ficaram debaixo das bombas.
Vozes do BE: — Exactamente!
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Também conheci alguns!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — São esses que, neste momento, recordo, porque esses não desertaram do Estado constitucional e do Estado de direito nem se esconderam após os actos vis que cometeram.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho Lopes.
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O CDS-PP decidiu apresentar um voto de pesar pela morte do Cónego Melo, e não é certamente a morte de uma pessoa e a dor dos seus familiares e amigos que o Grupo Parlamentar do PCP considera estarem em causa.
O que o PCP contesta é que Grupo Parlamentar do CDS-PP aproveite politicamente esta morte para, nesta Assembleia, provocar a Revolução de Abril.
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Seria uma indignidade para esta Assembleia da República, que nasceu com Abril, aprovar um voto de pesar por quem, no momento de ofensiva reaccionária e revanchista contra a