25 | I Série - Número: 086 | 23 de Maio de 2008
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … nem pelo da demagogia, é a de enfrentar a situação com coragem, porque ninguém estará em condições de dar boas notícias ao País se não souber aguentar também as más notícias.
É preciso aguentar as más notícias para dar boas notícias ao País e resistir à facilidade e resistir à demagogia.
É isso que venho fazer aqui, neste debate.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vamos manter este rumo, porque é o rumo adequado para que Portugal possa desenvolver-se, modernizar-se e ter sucesso.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, tem a palavra.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, quanto às medidas que referiu na sua intervenção, coloco-lhe duas questões muito concretas.
Em relação aos passes sociais, a medida anunciada tem aplicação, por exemplo, noutras regiões do País onde não existem passes sociais mas múltiplos outros sistemas de títulos de transporte público? Esses também vão ser objecto de congelamento dos preços? Deixo-lhe esta pergunta.
Quanto ao aumento do valor do abono de família, explique lá «em miúdos», neste caso em euros, quanto é a verba concreta desse tal aumento.
Em relação ao desemprego, depois de termos atingido a maior taxa de desemprego dos últimos 20 anos, agora com uma baixa conjuntural,…
O Sr. Primeiro-Ministro: — Conjuntural?!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … vem o senhor gabar-se, vem já agitar essa bandeira?! Não vem dizer, por exemplo, que esta baixa é o resultado de milhares de portugueses que tornaram a emigrar, que desistiram de procurar emprego?! Não tem essa preocupação?! A sua é a leitura estatística, fria, sem contar que, hoje, afinal, estas pessoas não têm possibilidades de emprego.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Quanto ao crescimento do emprego, também devia ter cuidado, Sr.
Primeiro-Ministro. É que está a falhar um dos seus objectivos que era o emprego qualificado, a formação. O que há é o trabalho precário para milhares e milhares que, de facto, conseguiram emprego mas que, amanhã, podem não ter! Passando à questão da acusação que lhe fazem e ao adjectivo com que o qualificam, Sr. Primeiro-Ministro, eu não lhe chamo isso,…
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não! Diz aos outros para dizerem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … mas digo-lhe que faltou à verdade. Faltou à verdade, designadamente quanto às alterações ao Código do Trabalho. Quando era Deputado a sua bancada propôs umas coisas e o que o Governo propõe agora são malfeitorias para fragilizar ainda mais a posição dos trabalhadores portugueses.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.