24 | I Série - Número: 086 | 23 de Maio de 2008
Sr. Deputado, compreendo-o, mas porque é que o Sr. Deputado não se refere a isso? Acha que é uma medida boa ou má? Acha-a positiva ou negativa? É que, Sr. Deputado, o sectarismo não nos pode levar a achar que tudo o que o Governo faz é mau. Ou também acha que esta é uma medida para os poderosos e para os ricos, como senhor diz nos seus comícios?! Sr. Deputado, esta é uma das medidas mais poderosas de apoio às famílias que precisam, consciente que o Governo está de que essas famílias são as mais atingidas pela situação internacional.
E o mesmo se diga em relação ao congelamento do custo dos passes sociais, Sr. Deputado, porque isso é importante para preservarmos o poder de compra de algumas famílias.
Sr. Deputado, nós fazemos o que podemos.
O Sr. Deputado disse: «Tivemos notícias más». Sr. Deputado, em primeiro lugar, tivemos uma notícia boa…
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Já sei o que vai dizer!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Se o desemprego tivesse aumentado, o Sr. Deputado falava nele. Como o desemprego diminuiu, o Sr. Deputado não fala nele e considera essa uma notícia desprezível.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Já falo!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, foi a maior descida de desemprego homólogo que se registou nos últimos oito anos — 0,8%!
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado e o seu partido, cujos militantes andam nas manifestações sempre a chamar-me mentiroso,…
Protestos do Deputado do PCP Jerónimo de Sousa.
Sim, Sr. Deputado! Como dizia, os militantes do seu partido que os senhores mobilizam para comparecerem em muitos sítios e que me chamam mentiroso…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Que crispação!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … deviam saber que, ao fim de três anos, a nossa economia já gerou 97 000 novos empregos. Os senhores fazem um grande esforço para esconder esta realidade — 97 000 novos empregos, Sr. Deputado! Para além disso, neste último ano, o número de desempregados reduziu-se em 42 000 e o senhor faz um grande esforço para esconder esta realidade, não quer falar dela!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Falo, falo!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Posso deixar-lhe também esta reflexão, Sr. Deputado? Sr. Deputado, nestes últimos três anos, tivemos de fazer face a uma crise orçamental gravíssima, a uma situação na economia portuguesa que, em 2005, aproximava-se de uma segunda recessão e, para além disso, durante este período, tivemos de aguentar o aumento do preço do petróleo, o aumento dos juros, a apreciação do euro, que muito prejudica as nossas exportações, e agora, também, a crise alimentar.
Posso dizer, Sr. Deputado, que, ao longo do tempo em que tenho sido Primeiro-Ministro, nunca tive um momento de facilidades, tive sempre dificuldades.
A resposta às dificuldades dos portugueses não é nem a de ir pelo caminho da facilidade…