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39 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008

O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, mais um Deputado do CDS e, já agora, 13 perguntas e 0 resposta.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Treze!

O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, sobre a questão anterior e porque estou um pouco baralhado, pergunto: é impressão minha ou já o vi com o Sr. Presidente Bush?! Julgo que já o vi.

Risos e aplausos do CDS-PP.

Sr. Primeiro-Ministro, vou citar-lhe uma frase do Sr. ex-Presidente da República Jorge Sampaio: «A moção de censura é um instrumento constitucional que está à disposição da oposição para os efeitos políticos que ela tiver por adequados.»

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — «A sua finalidade não é, necessariamente, o derrube do Governo. Se o fosse, então, não teria sentido concedê-la à oposição de um governo como este.»

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!

O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, deixe-me dizer-lhe uma outra coisa: o País ainda espera uma explicação plausível e credível sobre a ASAE e sobre os objectivos fixados num documento que existe.

Protestos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, o Sr. Inspector-Geral começou por dizer que o documento não existia; depois, que, afinal, existia mas apenas na Direcção Regional do Norte e, pelos vistos, era apenas uma experiência; depois, acabou por dizer que, afinal, é verdade que o documento seguiu pelo País, para o norte, para o centro e para o sul, mas era engano; entretanto, diz que o documento saiu da direcção central, ou seja, é da sua autoria.
Sr. Primeiro-Ministro, parece, e ficou provado, que para a ASAE o crime já não depende do caso, planeiase, e isso inadmissível.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, gostava que hoje aqui dissesse alguma coisa sobre isso, porque se não disser regista a marca de um Governo que é abusador, autoritário, burocrata e enganador.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — E sobre engano, Sr. Primeiro-Ministro, não lhe peço que seja adivinho, e ninguém aqui pede que seja adivinho, mas também deixe-me dizer-lhe, em tom de brincadeira, que não é preciso ser-se galinha para saber que o ovo está podre. O Sr. Primeiro-Ministro deveria fazer previsões correctas ou, pelo menos, próximas da realidade. Tenho aqui o Financial Times, que, na primeira página, prevê o preço do barril de petróleo em 110 dólares, em Outubro de 2007. Sabe qual era a previsão no Orçamento do Estado do seu Governo? Era 80 dólares. Foi de propósito ou foi sem querer, Sr. PrimeiroMinistro? Responda.