42 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008
O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): — Fui eu quem propôs!
O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sim, sim! Foi o Sr. Deputado enquanto secretário de Estado quem propôs isso à época, e tem toda a razão para estar preocupado.
Outra questão tem a ver com a assistência na doença, Sr. Primeiro-Ministro, e isto também é uma decisão do vosso Governo. Os deficientes das Forças Armadas, antes, tinham direito a 100% de isenção no pagamento dos medicamentos. Essa assistência terminou, Sr. Primeiro-Ministro, e estamos a falar de pessoas portadoras de deficiência que adquiriram essa deficiência na guerra do ultramar, para a qual eram forçados a ir.
Gostaria de saber se o Sr. Primeiro-Ministro também está disponível para pedir à sua bancada para votar favoravelmente a nossa proposta, que repõe a assistência de 100% em termos de medicamentos para os deficientes das Forças Armadas.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Srs. Deputados, a moção de censura é um instrumento muito sério, que exige que nos concentremos nas questões políticas essenciais.
Vozes do CDS-PP: — Claro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Percebo bem a táctica do CDS. O Dr. Paulo Portas pretendeu seguir a seguinte táctica: vamos transformar a moção de censura, que realmente não tem substância, numa sessão de perguntas ao Governo sobre os mais variados e plurais temas,…
Protestos do CDS-PP.
… de jovens agricultores a reservas alimentares, a lagoas com poluição…
Vozes do CDS-PP: — Lagoas com poluição?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, não me condiciona! Eu quero discutir as questões políticas centrais. Já vos respondi à questão da segurança social, à questão do emprego, à questão da justiça, mas quero ir às questões políticas centrais, Sr. Deputado. E a questão política central é o uso da moção de censura.
Eu estou de acordo em que se pode, e deve, utilizar a moção de censura apenas como instrumento político, que não vise deitar o Governo abaixo mas, sim, expressar um ponto de vista — estou de acordo com isso.
Vozes do CDS-PP: — Ah!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — O problema é que o Dr. Paulo Portas não o estava há uns tempos e passou a estar apenas por oportunismo político. Esse é que é o ponto! Porque eu sempre fui dessa opinião!
Aplausos do PS.
Protestos do CDS-PP.
É verdade, eu sempre fui dessa opinião.
Mas também há uma diferença: quando o PS apresentou uma moção de censura…