43 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — E a resposta às perguntas?
O Sr. Primeiro-Ministro: — … tinha uma razão forte para o fazer.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — E este não é?
O Sr. Primeiro-Ministro: — E a razão forte não era o aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais, que é o argumento do CDS. E não sei se repararam na velocidade luz seguida pelo Dr. Paulo Portas para sair dos combustíveis para outros temas, como se o tema dos combustíveis, que, afinal de contas, estava no coração da moção de censura, já não interessasse.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — O senhor não responde a nada!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado Paulo Portas, faça favor de me ouvir em silêncio, tal como eu o ouvi! Sei que não lhe agrada, mas tem de ouvir!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Ouvirei!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Em primeiro lugar, nós tínhamos uma razão substancial, e era uma razão que visava justamente o derrube do governo: a guerra no Iraque. Diz o Sr. Deputado que eu já fui visto com o Presidente Bush. Já. Mas o Presidente Bush sabe que fui contra a guerra no Iraque. Ele sabe disso! Não há nenhum engano!
Aplausos do PS.
O Sr. António Filipe (PCP): — Foi contra a guerra. Agora já não é tanto!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Os senhores tentam esconder e apagar essa vossa decisão, que, pela primeira vez, gerou em Portugal uma divisão entre os grandes partidos em matéria de política externa, mas não o conseguirão.
Sr. Deputado Paulo Portas, peço desculpa, mas a memória das suas conferências de imprensa com Rumsfeld a propósito das armas de destruição maciça fazem parte de um passado pelo qual tem de responder. Eu sei que não quer.
Aplausos do PS.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — É mesmo desespero!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas quero ir às questões políticas levantadas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Ah!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Saúde, em primeiro lugar. É curioso, os senhores falam de acertar. Já falei de justiça e dos últimos números, mas falo-vos também dos últimos números da saúde.
Relativamente às listas de espera,…
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Não foi isso que perguntámos!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … quando os senhores saíram do Governo, havia 245 000 portugueses inscritos em lista de espera;…