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46 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, importa-se? O Sr. Deputado quis fazer uma pergunta, já em tempo de desconto, para obter a desforra. Agora, se não se importa, oiça-me com o mesmo respeito com que eu o ouvi.
Em primeiro lugar, este Governo está aqui para fazer face às dificuldades, este Governo está aqui para responder às dificuldades. Nós já vencemos uma crise, vamos vencer outra…

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Há uma crise! Ah!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e vamos vencer estas dificuldades.

Aplausos do PS.

Ao longo do meu mandato, nunca tive facilidades.

Vozes do CDS-PP: — Ah!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Durante estes três anos, este Governo teve de enfrentar…

Vozes do CDS-PP: — Ahh!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Srs. Deputados, importam-se, por um momento, de ouvir, tal como eu vos oiço, nem sempre com prazer? Por mais gritaria que façam, nada acrescenta, porque o debate já acabou…

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Como?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Quer dizer, as pessoas já perceberam.
Srs. Deputados, oiçam por um minuto.
A verdade é a seguinte: este Governo teve de fazer face a uma crise orçamental séria.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sim, sim!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Quando este Governo iniciou funções, tinha a maior crise orçamental de todos os países da União Europeia. O crescimento económico estava à beira de uma segunda recessão em menos de três anos. Ao longo destes três anos, tivemos uma apreciação do euro face ao dólar significativa, uma subida das taxas de juro,…

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — … uma subida do petróleo quase para o triplo, como no momento em que iniciámos funções, e, ao fim destes três anos, o que conseguimos fazer foi pôr a economia a subir mais num ano do que nos vossos três anos de governo e resolver a crise orçamental.

O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — E a resposta à pergunta?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Agora, temos novas dificuldades e vamos enfrentá-las com a mesma determinação, com a mesma coragem do início.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — É esse o apelo que fazemos aos portugueses.
Quanto ao futuro, o Sr. Deputado sabe que há um congresso nos partidos democráticos para escolher os seus candidatos.