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51 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008

Protestos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, ontem, o Sr. PrimeiroMinistro dedicou grande parte do seu discurso a defender a necessidade de investimento público. «O investimento público faz bem à economia e ao emprego» — a frase não é minha, é do Sr. Primeiro-Ministro. E até aqui, Sr. Ministro, subscrevemos.
Mas falta terminar esta frase e eu vou completá-la com uma pergunta. Como é que o Sr. Ministro justifica que o melhor para a economia e para o emprego seja o investimento público atrelado às parcerias públicoprivadas,»

Vozes do BE: — Muito bem!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — » parcerias que vão desde as rodovias até à saúde, passando por outros sectores como é a ferrovia?

O Sr. João Semedo (BE): — Bem perguntado!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Embora seja uma parceria, Sr. Ministro, há um parceiro que fica sempre com a maior fatia, e esse parceiro é o privado! Lembremos, só de relance, o Tribunal de Contas e todos os seus alertas, pareceres e críticas sobre esta matéria.
Como justifica, Sr. Ministro, que as parcerias público-privadas sejam melhores para a economia e o emprego do que o recurso à divida pública? Era importante que o Sr. Ministro o justificasse perante o Parlamento e o País.

O Sr. João Semedo (BE): — Boa pergunta!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — As rendas a pagar das parcerias público-privadas chegam até ao ano 2038, e mesmo até 2039 na área da saúde! É importante também, Sr. Ministro — e esta é a segunda questão que queria colocar-lhe —, que explique por que mantêm o Governo e o Sr. Ministro, enquanto Ministro das Finanças, a intenção de privatizar empresas como, por exemplo, a Galp e a ANA — Aeroportos de Portugal, SA.
O Governo devia — e tem que fazê-lo — demonstrar e justificar ao País por que é, para construir um novo aeroporto, tem que entregar a empresa ANA, que dá lucro, aos privados.

O Sr. João Semedo (BE): — Boa pergunta!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Isto carece de explicação, Sr. Ministro.
Ainda ontem, o Sr. Primeiro-Ministro afirmou que a actualidade é do pensamento não dogmático. Com certeza tinha em mente, quando falava de actualidade, que a actualidade é marcada pela crise financeira, pela nacionalização, ocorrida ainda ontem, de um banco falido, pelos milhões de avales à banca.
A questão que fica por saber prende-se com a parte do pensamento não dogmático, Sr. Ministro, porque, com a actual conjuntura, o Governo mantém o sacrossanto dogma das parcerias público-privadas e das privatizações!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.